Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Mateus 5:21
A mãe de uma menina de seis anos que foi encontrada morta na cidade
de Santa Tereza do Oeste (PR), confessou a responsabilidade pela morte
da filha na última semana e afirmou que batia na menina a cerca de um
ano como parte de um plano espiritual para melhorar sua vida. Vanessa
Ramos do Nascimento, de 25 anos, afirma que foi orientada por uma amiga a
aplicar castigos físicos nas filhas porque assim Deus “mudaria sua
história”.
De acordo com o delegado Edgar Santana, a mãe da criança afirmou em
depoimento na última semana que sua amiga a mandava bater na criança
como forma de “corrigi-la” para que Deus pudesse mudar sua vida.
- Ela dizia que Deus tinha um plano na minha vida e que Deus ia mudar
a minha história, que eu ia ter marido, prosperidade e toda essa
história, só que para eu receber isso tinha um plano espiritual que eu
tinha que fazer. E esse plano era corrigir os meus filhos e que se eles
fizessem alguma coisa errada tinham que ser castigados. Eles tinham que
apanhar – contou Vanessa.
Ela afirmou ainda que a última a bater na criança antes de sua morte
foi a amiga, que teria afirmado ter sido orientada por Deus a fazer isso
porque a mãe não tinha pulso o suficiente para corrigir a criança.
- Ela dizia que eu batia com dó e que não estava dando certo o
tratamento. Disse que Deus que mandou ela assumir o serviço, porque eu
não sabia bater, que eu batia com dó – afirmou.
A menina foi encontrada morta no porta malas de um carro, e a mãe
afirma que a colocou para dormir no local como parte de um ritual para
purificá-la.
- Segundo o relato da mãe, a criança estava com ‘algo ruim’ e para
purificá-la a menina teria que dormir no porta-malas do carro. Horas
depois, quando retirou a criança, já sem vida, a mãe disse acreditar que
a menina ressuscitaria. Dois dias depois, ao perceber que a criança
estava mesmo morta, a mãe e a amiga resolveram enterrá-la – relatou o
delegado.
A mãe afirma que ao encontrar a criança morta pensou em chamar as
autoridades, mas que decidiu enterrá-la com medo de ser presa, visto que
a meninas estava com o corpo coberto pelas marcas deixadas pelos
castigos físicos aos quais foi submetida.
- Eu falei não, vou chamar o Instituto Médico Legal (IML), só que
como a menina estava toda marcada se a gente chamasse o IML eu ia ser
presa – disse a mãe em depoimento.
De acordo com o G1, o crime foi descoberto após Jeferson Ramalho, pai
da criança, registrar um Boletim de Ocorrência (B.O) sobre o
desaparecimento da menina e da ex-mulher. Ao iniciar as investigações, a
polícia recebeu informações de que a criança poderia ter sido
sequestrada, mas ao realizar as buscas descobriu que a mãe estava
escondida em um sítio no interior do estado. Ao ser levada para a
delegacia, ela confessou o crime.
Segundo o delegado, apesar de confessar o crime e apontar onde o
corpo da menina estava enterrado, a mãe não demostrou arrependimento e
apenas queria saber como proceder para passar menos tempo na cadeia.
- Em nenhum momento ela citou que estava arrependida, só queria saber
a quantidade de pena que ela iria ter que cumprir e se havia alguma
circunstância atenuante, como se ela confessasse e contribuísse com a
investigação, mas em nenhum momento demonstrou qualquer remorso em face
da morte de sua filha – conta o delegado.
As duas mulheres estão presas e vão responder pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver
Por
Dan Martins em 11 de agosto de 2014