Indicadores proeminentes confirmam que os EUA são o principal facilitador da perseguição aos cristãos em todo o mundo hoje.
Senador John McCain se encontrando com terroristas islâmicos na Síria |
Além
de estarem tão juntas e serem duramente classificadas, essas quatro
nações têm outra coisa em comum: um grande envolvimento dos EUA. Três
delas (Iraque, Afeganistão e Líbia) foram “libertas” graças às forças
armadas americanas, enquanto que na quarta, a Síria, os EUA estão
patrocinando ativamente os “combatentes da liberdade” contra o governo
sírio, muitos dos quais merecem o rótulo de “terroristas.”
Só a situação da Síria é suficiente para incriminar a política externa americana. De acordo com a agência de notícias Reuters:
A
organização Portas Abertas, um grupo não-denominacional que apoia os
cristãos perseguidos em todo o mundo, disse nesta quarta-feira que
documentou 2.123 assassinatos de cristãos que foram vítimas de martírio,
em comparação com 1.201 que ocorreram em 2012. Só na Síria, foram 1.213
desses assassinatos no ano passado. “Essa é uma contagem mínima, com
base no que foi divulgado na mídia e nós podemos confirmar,” disse Frans
Veerman, chefe de pesquisa de Portas Abertas. Estimativas de outras
organizações cristãs colocam a estatística anual em patamares maiores
que chegam a 8.000.
Enquanto
a maioria dos americanos estão protegidos contra a verdadeira natureza
da guerra devido à relutância da mídia americana em noticiar sobre isso,
a mídia, os sites e os ativistas de língua árabe diariamente noticiam e
documentam atrocidade após atrocidade, decapitações e ataques de bomba a
igrejas, cristãos sendo massacrados por se recusarem a se converter ao
islamismo e incontáveis sequestros com o propósito de resgate ou
estupros, tudo isso pelas mãos daqueles que os EUA apoiam.
É
suficiente destacar que “o maior massacre de cristãos na Síria,” para
citar um importante líder religioso, ficou totalmente sem cobertura
jornalística de todas as grandes redes de notícias dos EUA.
De
qualquer forma, as estatísticas falam por si: a Síria costumava ser
tolerante com as religiões, mas depois que os Estados Unidos começaram
seus esforços de trazer “democracia” a esse país, a Síria é hoje o
terceiro pior país do mundo em termos de "extrema perseguição" aos
cristãos.
A agência de notícias Blaze informa que o Dr. David Curry, presidente de Portas Abertas,
acusou
que o governo de Obama tem, essencialmente, se recusado a fazer da
proteção das minorias religiosas uma prioridade… “Há muitos casos em que
o vácuo de liderança e representatividade criaram um problema real,”
disse o líder dos direitos humanos. “Eu diria que todos os dados
significativos apontados neste ano da Lista de Vigilância de 2014 são
piores — e eu acho que um fator que contribuiu é a falta de liderança
dos governos ocidentais, incluindo… os EUA em termos de liberdade
religiosa.”
Mas
é pior que isso. Longe de tomar qualquer ação ou mostrar liderança, ou
simplesmente parar de apoiar os terroristas responsáveis — o governo de
Obama recentemente tentou entrar em guerra com a Síria em favor dos
“combatentes da liberdade” e, pasmem, em nome de “direitos humanos.” (Ao
que tudo indica, o boato infundado de que Assad massacrou pessoas é o
suficiente para os EUA irem à guerra, mas os bem documentados massacres
de cristãos e outros civis que estão ocorrendo nas mãos da oposição não é
suficiente para que os EUA parem de apoiá-los.)
O
que é pior, mesmo os mais desinformados americanos que assistem ao
noticiário da mídia em geral, hoje sabem que a chamada “Primavera Árabe”
que foi usada para justificar o apoio dos EUA aos “rebeldes” de todas
as espécies — no Egito, a Irmandade Muçulmana (que meses atrás destruiu
cerca de 80 igrejas); na Líbia, a al-Qaeda, que se transformou em uma
zona de terror em Benghazi; e agora os “combatentes da liberdade” na
Síria — não é exatamente aquilo que estava sendo elogiado.
Em
outras palavras, neste momento, sempre que os EUA intervêm em uma nação
islâmica, os islâmicos chegam ao poder. Isso está muito bem comprovado
nas outras três nações em que os EUA trouxeram a “democracia” e onde as
minorias cristãs sofrem “perseguição extrema”:
Afeganistão:O
governo supostamente “moderado” de Karzai, instalado pelos EUA, mantém
muitas das leis draconianas impostas pelo Talibã, incluindo a lei da
apostasia, que ferozmente perseguem aqueles que buscam se converter ao
Cristianismo e, em 2011, com o patrocínio dos Estados Unidos, destruiu a
última igreja cristã do Afeganistão.
Iraque:Depois
que os EUA derrubaram Saddam Hussein, as minorias cristãs foram
barbaramente atacadas e mortas, e dezenas de suas igrejas foram
bombardeadas. Os cristãos foram quase extintos pelo terrorismo islâmico,
com mais da metade deles fugindo do Iraque.
Líbia:Desde
que terroristas ligados à al-Qaida e apoiados pelos EUA derrubaram
Kadafi, os cristãos — inclusive cristãos americanos — têm sofrido
perseguição extrema. Igrejas têm sofrido ataques de bomba, cristãos têm
sido torturados e mortos (inclusive por se recusarem a se converter ao
islamismo); e freiras tem sido ameaçadas.
Certamente
um tema comum emerge aqui: Onde os EUA trabalham para derrubar os
autocratas seculares, a qualidade de vida para os cristãos e outras
minorias leva um grande tombo. Sob Saddam, Kadafi e Assad, os cristãos e
suas igrejas eram amplamente protegidos.
Além
disso, enquanto George W. Bush foi o responsável pelo Afeganistão e o
Iraque, pode-se argumentar que, naquela época (2001 e 2003), esse padrão
de radicalização islâmica que irrompe uma vez que os autocratas caem,
era bem menos conhecido do que é hoje. Não havia muitos precedentes.
Por
outro lado, o governo de Obama teve o Afeganistão e o Iraque para
aprender — e ainda assim ele apoia os islamistas e jihadistas. Mas
agora, o que acontece quando assumem o poder — perseguição religiosa,
terror e opressão — já não é um segredo.
A
propósito, aqueles que pouco se importam com o destino dos cristãos ou
de outras minorias no mundo islâmico fariam bem em lembrar de uma
simples banalidade: Sempre que elementos anticristãos chegaram ao poder,
as forças antiamericanas chegaram ao poder. Os dois são sinônimos.
Dito
de outro modo, a perseguição muçulmana aos cristãos é o teste decisivo
de quão radical uma sociedade islâmica pode se tornar. Em todos esses
países muçulmanos que os EUA interferiram — Afeganistão, Iraque, Líbia,
Egito (até que os egípcios se rebelaram, para castigo dos EUA), e agora a
Síria — o aumento da intolerância religiosa é um reflexo do
fortalecimento das forças hostis à civilização ocidental.
Muitas
vezes me perguntam, “Como podemos ajudar os cristãos perseguidos?”
Neste ponto, deve-se responder: “Que tal começar fazendo com que o
governo dos EUA deixe de ser o principal facilitador da perseguição aos
cristãos?” Deixando o altruísmo de lado, seria do interesse de todos os
que prezam a liberdade, religiosos ou não — e, especialmente, seus
descendentes.
Traduzido por Dionei Vieira do artigo de Raymond Ibrahim: Confirmed: U.S. Chief Facilitator of Christian Persecution
Fonte: www.juliosevero.com