12.02.2010

REFLEXOES DE ADÃO..‏.

Tenho saudades da Inocência ...Hoje fui até lá, não sei bem o por quê. Não disse nada a Eva. Já fazia tanto tempo que não ia... No princípio passávamos por lá muitas vezes, mas a luz da espada flamejante nos mantinha distantes e ela chorava. Depois paramos de ir. Não fazia mais sentido. Mas hoje fui lá... Está tão mudado... O mato cresceu tanto que há uma verdadeira floresta onde antes havia só um belo jardim. Logo estará perdido. Bem, acho que para nós esta perdido há muito tempo... Creio que queria recordar. Lembrar a liberdade, a paz, a inocência, a comunhão. Tudo parece hoje tão distante que nem me lembro mais como era. Depois que Abel morreu, ficou ainda mais difícil. O erro de tudo aquilo parecia pesar ainda sobre nossas cabeças, como se a culpa no fundo fosse nossa. Não sei se é isso que os pais devem sentir ao ver os erros dos filhos, mas é o que sentimos.
Então Caim foi embora. Agora raramente ouvimos falar dele. É verdade que outro dia um filho de seu filho passou por aqui. Estranho, é homem crescido. Estou ficando velho e cansado e nem sabia. Tenho saudade! Saudade da força, da vitalidade que tinha com Deus no jardim. Ele nos perdoou mas as consequências são terríveis e mesmo o perdão não as pode apagar. Os sacrifícios aliviam, a esperança traz algum consolo, mas a comunhão nunca mais será a mesma e meu coração parece não ter parado de murchar desde aquele dia fatídico. Maldito dia, terrivel dia. Tanto engano e mentira! A serpente ainda vai aparecendo de vez em quando. Já não fala, mas o veneno está lá. Tenho matado algumas, mas parecem renascer com facilidade e sua malícia não diminuiu nada com o tempo. Como fomos enganados!
"Conhecereis a verdade", disse ela. Sim, mas não explicou como iríamos lidar com ela. "Sabereis a diferença entre o bem e o mal", sim, mas quem disse que teríamos a força para escolher o certo? Sereis como Deus! Ah! Como se isso fosse possível ...como se isso fosse desejável... Quanto mais o tempo passa, mais parece grande a tolice daquele dia, mais parece incrível que tenhamos caído tão facilmente. Mas, a verdade é que caímos. E o peso dessa escolha vai manchar meu nome por toda a eternidade. Multidões de gerações me amaldiçoarão ao saber como fui enganado. Ninguém estava tão habilitado a resistir... e é isso o que mais me dói. Ter caído sem necessidade. Ter caído podendo ter ficado de pé. Tenho saudades da inocência, do riso alegre e sem malícia que enchia o rosto de minha mulher, dos sonhos tão doces à noite, do trabalho tão recompensador, da natureza tão amiga. Saudades da sensação de pureza e santidade que me enchia cada vez que o Criador vinha nos visitar. Aqueles momentos eram tão plenos. Sua presença era a razão de toda a existência, o motivo da vida, a causa de nos sentirmos desfalecercom sua ausência. Não se pode mesmo viver sem a Sua presença. Simplesmente tudo deixa de fazer sentido.
Dr. Joed Venturini - Médico, conferencista, escritor.

10.28.2010

O BARCO FURADO

Um homem foi chamado à praia para pintar um barco.
Levou todo o Material que seria preciso e começou o trabalho. Pintava o barco de um vermelho brilhante, como fora contratado para fazer. Enquanto pintava viu que a tinta estava passando pelo fundo do barco. Havia um buraco, decidiu consertá-lo. Quando terminou a pintura, recebeu seu dinheiro e se foi. No dia seguinte o proprietário do barco procurou o pintor e presenteou-o com um belo cheque. O pintor ficou surpreso: -“Mas o senhor já me pagou pela pintura do barco!” – disse ele. -“Mas isso não é pelo trabalho de pintura é por ter consertado o buraco no barco”. -“Mas senhor, foi um serviço tão pequeno que não quis cobrar, certamente está me pagando uma quantia tão alta por algo tão insignificante”. -“Meu caro amigo você não compreendeu, deixe-me contar-lhe o que aconteceu. Quando pedi a você que pintasse o barco esqueci de mencionar o vazamento. Quando o barco secou, meus filhos o pegaram e saíram para uma pescaria. Eu não estava em casa naquele momento, quando voltei e notei que haviam saído com o barco fiquei desesperado, pois me lembrei de que o barco tinha um furo. Imagine meu alívio e alegria quando os vi retornando sãos e salvos. Então examinei o barco e constatei que você o havia consertado. Percebe agora o que você fez? Você salvou a vida dos meus filhos, eu não tenho dinheiro suficiente para pagar-lhe pela sua pequena boa ação”. São nos pequenos gestos que nós vemos os verdadeiros milagres.