10.10.2013

A Igreja Católica e a perseguição aos judeus durante a história






A seguir apresentamos uma breve cronologia dos maus tratos e perseguições movidas pela Igreja Católica ao povo judeu. Essa cronologia mostra que o Holocausto de 6 milhões de judeus na Alemanha nazista não era uma novidade para a Igreja, que os judeus eram inimigos antigos que deveriam ser eliminados, seja pela espada de Pedro ou pela máquina de matar de Hitler.
Era Comum
Incidentes
70
Os romanos sob Tito retaliam contra um levante judaico; destruíram Jerusalém e o Templo, escravizaram muitos líderes e dispersaram o povo judaico. Em 79, Tito sucedeu Vespasiano como imperador. Judeus e cristãos sofreram sob ele e o imperador Domitiano.
88 – 97
O papa S. Clemente responsabilizou os judeus pela persecução de Nero aos cristãos.
113 – 116
A segunda revolta judaica contra Roma sob o imperador Trajano era sem sucesso.
135
A terceira rebelião judaica contra Roma foi esmagada e seu líder, Bar Kochba, quem muitos judeus aceitaram como Messias, foi morto. Rábi Akiba foi torturado também.
200
Quando o imperador Severo criou leis impedindo que pagãos, sob pena de severa punição, abraçassem o Judaísmo, o bispo de Alexandria, Orígenes, escreveu: “Podemos então asseverar com absoluta certeza que os judeus não retornarão à sua situação anterior, pois têm cometido os mais abomináveis crimes, formando a conspiração contra o Salvador da raça humana … Por isso, a cidade em que Jesus sofreu foi necessariamente destruída, a nação judaica expulsa do seu país e um outro povo (quer dizer a Igreja) foi chamado por Deus para ser a eleição abençoada.
300
Eusébio, bispo de Cesaréia, declarou que os judeus em cada comunidade crucificaram um cristão no seu festival de Purím como rejeição de Jesus. Usava a acusação de assassínio ritual feita pelos pagãos Demócrito e Apião, a qual os romanos fizeram antes contra os primeiros cristãos. Eusébio distingiu entre hebreus que eram boas pessoas no Antigo Testamento e judeus que caraterizou com maus.
306
O Sínodo Eclesial e Elvira (Espanha) baniu todos os contatos comunitários entre cristãos e os maus hebreus e estabeleceu que cristãos não podiam casar com judeus.
324
Quando Constantino chegou a ser imperador, declarou-se cristão e estimulou os seus súditos a se converterem à Cristandade. Restabeleceu as leis dos seus antecessores que proibiam aos judeus viverem em Jerusalém e se engajarem em qualquer atividade de fazer prosélitos.
325
O Concílio Eclesial de Nicéia, convocado por Constantino, para assentar uma controversa teológica referente à natureza de Cristo, continuou os esforços de separar a Cristandade do Judaísmo decidindo que a Páscoa não pudesse mais ser determinado pela páscoa dos hebreus (Peçah): Porque é demasiadamente imprópria que nestes mais santos festivais sigamos os costumes dos judeus. De ora em diante, não tenhamos mais nada em comum com esse odioso povo…
337
O imperador Constantino declarou: Deixem a minha vontade ser religião e lei da Igreja! Um dos seus primeiros atos era proibir sob punição de morte o casamento entre um judeu e uma mulher cristã.
367 – 376
S. Hilário de Poitiers escreveu e falou de judeus como gente perversa para sempre maldito por Deus. S. Efrém se refere nos seus hinos a sinagogas como prostíbulos.
379 – 395
O imperador Teodósio protegeu os judeus das persecuções da Igreja aos heréticos. Crisóstomo e Ambrósio de Milão – ambos santos – quiseram incluir judeus na perseguição. Crisóstomo: Os judeus são os mais desvalidos de todos… São os pérfidos assassinos de Cristo. Veneram o diabo, sua religião é uma doença… Ambrósio reprimendou o imperador por reconstruir uma sinagoga e propôs que ele mesmo a queimasse. S. Gregório de Nissa caraterizou judeus como assassinos de profetas, companheiros do diabo, raça de víboras, sinédrio de demônios, inimigos de tudo que é belo, porcos e cabras na sua lasciva grosseria. O Concílio Eclesial de Laodicéia proibiu que cristãos respeitassem o Sábado Judaico.
395 – 408
O imperador bizantino Arcádio resistiu ao fanatismo cristão. Não permitiu a destruição de sinagogas. S. Epifânio caraterizou os judeus como desonestos e indolentes.
408 – 450
Teodósio II. proibiu que os judeus construíssem novas sinagogas.
415
S. Cirilo, o bispo de Alexandria, incitou o populacho contra os judeus e os tinha expulso. O bispo Severo queimou uma sinagoga e incitou gente a agredirem e apoquentarem judeus nas ruas. Muitos judeus converteram-se ao Cristianismo por medo. S. Agostinho, bispo de Hipo: O verdadeiro judeu é Judas Iscariotes, que vende o Senhor por prata. O judeu nunca pode entender as Escrituras e para sempre vai carregar a culpa pela morte de Jesus.
418
O bispo Severo de Maiorca forçou judeus a se converterem. Violenta luta de rua irrompeu com um populacho incitado pelo bispo. A sinagoga foi queimada. Finalmente, os líderes da comunidade judaica se renderam e 540 judeus foram convertidos. S. Jerônimo, que estudara com cientistas judaicos na Palestina e traduziu a Bíblia ao latim (a Vulgata), escreveu sobre a sinagoga: Se a chamares um prostíbulo, um covil e vício, um lugar de depravar a alma, um abismo de qualquer desastre concebível ou qualquer coisa que quiser, estarás ainda dizendo menos do que merece.
489
Um populacho cristão pôs fogo nas sinagogas de Antioquia e jogou os corpos de chacinados judeus no fogo.
506
Um populacho cristão agrediu e destruiu a sinagoga de Dafne perto de Antioquia. A congregação foi chacinada.
519
A população cristã de Ravena agrediu judeus e queimou a sinagoga.
528
Sob o imperador Justiniano, a Lei Romana foi sistematizada e codificada como Corpus Iuris Civilis, também conhecido como o Código Justiniano. A Lei e doutrina Eclesiais chegaram a ser política de estado. Aos judeus não era permitido testemunhar contra cristãos. Não podiam celebrar Peçah antes da Páscoa e não lhes era permitido senão uma versão prescrita da Escritura nas suas sinagogas, e lhes era proibido usar orações consideradas anti-trinitárias.
535
O Sínodo Eclesial de Clermont decretou que judeus não pudessem ocupar cargos públicos ou ter autoridade sobre cristãos.
538
Aos judeus foi (outra vez) proibido ter criados ou escravos cristãos, o que os efetivamente excluía da agricultura. O Terceiro e o Quarto Concílios de Orleans proibiram aos judeus aparecerem em público durante os períodos da Paixão e Páscoa.
554
O bispo Avito de Averna tentou converter judeus sem resultado. Então incitou um populacho que destruiu as sinagogas. Os judeus tiveram de escolher entre batismo e expulsão. Um judeu se converteu. Durante a procissão depois do seu batismo, um judeu o borrifou com óleo rançoso. Isso enfureceu o populacho e muitos judeus foram mortos. 500 judeus permitiram ser batizados. Os restantes fugiram para Marselha.
561
O bispo de Uzes na França forçou os judeus na sua diocese a decidirem entre batismo e expulsão.
582
João de Éfeso transformou sete sinagogas em igrejas. Sob o rei merovíngio Chilperico, todos os judeus no seu reino tinham de escolher entre a conversão ou ter os seus olhos arrancados.
589
O rei espanhol Sisebuto restringiu severamente os direitos dos judeus no seu reino. Estes não tinham permissão de possuir ou cultivar terra ou de operar em determinados negócios. Mais tarde editou um ultimato a todos os judeus: converter-se ou ser exilados.
628 – 629
O imperador Heraclio ordenou e forçou a conversão de todos os judeus no seu império e renovou os códigos de Adriano e Constantino que barravam os judeus de Jerusalém. Dagoberto, o rei merovíngio, seguiu o exemplo e Heraclio, forçando os judeus no seu reino sob ameaça de morte a se converterem à Cristandade.
633
O Terceiro Concílio de Toledo decidiu contra conversões compulsórias. Contudo, judeus que no passado foram convertidos à força não podiam voltar ao Judaísmo, tendo de separar-se das comunidades judaicas. Crianças judaicas foram tiradas dos seus parentes e criadas em mosteiros. Nem a judeus, nem a convertidos à Cristandade era permitido ocupar cargos públicos. O Concílio era presidido por Isidoro, bispo de Hispalis (Sevilha).
638
O Quarto Concílio de Toledo decretou que crianças judaicas batizadas como cristãs não sejam evolvidas aos seus pais de sangue. Convertidos tinham de ser rigorosamente supervisionados pelas autoridades eclesiais. Judeus tinham de jurar que teriam abandonado a Lei e prática judaicas. Punições estendiam-se de açoites, perda de membros, confisco de propriedade a ser queimado na estaca. Os bispos de Sevilha e de Toledo, Isidoro e Juliano, escreveram documentos polêmicos contra os judeus.
638 – 642
Não-católicos foram expulsos da Espanha visigoda.
653
O Oitavo Concílio de Toledo concordou com o rei Recesvindo da Espanha que apareceu perante o Concílio chamando o Judaísmo de uma poluição do seu país e pediu a remoção de todos os infiéis. Os judeus tiveram de assinar um juramento (placitum) que tornou a prática do Judaísmo quase impossível. Violações foram punidas por cremação ou apedrejamento.
655
O Nono Concílio de Toledo prescreveu que judeus convertidos passassem todas as festas judaicas e cristãs na presença dum bispo.
681
O rei Erviges da Espanha proibiu que judeus praticantes entrassem em portos do mar. Mandou que todos os judeus fossem batizados. Os convertidos tinham de ouvir sermões cristãos e não tinham permissão observar as leis dietéticas. O Duodécimo Concílio de Toledo confirmou as ordens do rei que decretaram queimar o Talmude e outra literatura judaica.
692
O Sínodo trulanico do Império Oriental proibiu que cristãos assistissem festas judaicas, e que tivessem relações amigas com judeus e amparo de médicos judeus.
693 – 694
Os Décimo Sexto e Décimo Sétimo Concílios de Toledo, presidido pelo rei Egiza e o sucessor do bispo Juliano, Félix, restringiram outra vez severamente os direitos dos judeus, acusando-os de minarem a Igreja, de massacre de católicos, de conspiração com mouros e de destruição do país. Judeus foram declarados escravos, sua propriedade foi confiscada e suas crianças forçosamente educadas em famílias católicas ou mosteiros.
722
O Judaísmo foi proscrito no império por Leão III e os judeus batizados à força. Alguns foram mortos, queimados nas suas sinagogas.
829
O arcebispo de Lião, S. Agobard, escreveu nas suas epístolas que judeus nasceram escravos, e que estariam roubando crianças cristãs para vendê-las aos árabes.
845
Os bispos de Lião, Rheims, Sens e Bourges convocaram o Concílio de Meaux para renovar restrições antijudaicas. O imperador Charles de Bald recusou implantá-las no Concílio de Paris (846).
855
Luís II, rei da Itália, expeliu os judeus de efeito em 1o. de outubro de 855. Em sermões durante o período da Páscoa, a população de Beziers foi encorajada a vingar a crucificação de Jesus. A nobreza de Toulouse tinha por alguns anos o privilégio de publicamente esbofetear as orelhas do presidente da comunidade judaica nas Sextas Feiras Santas. Mais tarde, isso foi mudado para um pagamento anual que os judeus tinham de fazer.
1009 – 1012
Como resultado da destruição do Santo Sepulcro em Jerusalém pelos moslins, comunidades judaicas foram atacadas por populares em Orleans, Ruão, e Roma. Judeus que recusaram a conversão foram expulsos de Mogúncia sob o imperador Henrique II na primeira perseguição séria na Alemanha.
1021
Roma foi golpeado por um terremoto e um vendaval na Sexta Feira Santa. Vários judeus foram detidos e acusados de terem metido um prego através duma hóstia no dia anterior, causando por isso o desastre natural. Sob tortura confessaram profanação de hóstia e foram mortos por cremação. Profanação de hóstia chegou a ser uma acusação muito difundida. foi muitas vezes piorada por rumores de que a hóstia sangrara. Para as incultas e supersticiosas massas, isso confirmava o dogma da Eucaristia.
1063
Quando soldados na sua marcha atacaram comunidades judaicas durante a guerra para expulsar os sarracenos da Espanha, o papa Alexandre II preveniu os líderes franceses dos exércitos a não fazer mal aos judeus.
1078
O papa Gregório VII decretou que judeus não pudessem ocupar cargos públicos ou ser superiores de cristãos. Em 1081, Afonso VI de Toledo, Espanha, foi reprimendado pelo papa por apontar judeus em cargos de estado. judeus tinham de pagar taxas extra para sustentar a Igreja.
1095 – 1096
O papa Urbano II convocou para uma Cruzada contra os turcos. O duque de Lorena tentou juntar um exército para a Cruzada. Para coletar dinheiro, espalhou o rumor de que iria matar os judeus para vingar a morte de Cristo. Os judeus da Renânia lhe pagaram 500 peças de prata como resgate. O imperador Henrique IV mandou que os cavaleiros o seu império não atacassem os judeus. Cruzadores massacraram judeus de Ruão e de outras cidades na Lorena. Comunidades judaicas na Alemanha supriram o exército de Pedro o Eremita, tentando assim evitar os ataques os Cruzadores. Estima-se que 10.000 judeus foram massacrados na França e na Alemanha. Emich de Leisinger com seu bando de milhares de Cruzadores ignorou a ordem do imperador, começando uma campanha e terror contra os judeus. Em Speyer matou doze. O restante da comunidade foi protegido pelo bispo de Speyer que puniu alguns dos assassinos cortando-lhes as mãos. O conde Emich, então, moveu o seu bando a Worms. O bispo e Worms não podia proteger os judeus na sua diocese. O arcebispo de Mogúncia e autoridades civis deram asilo sagrado aos judeus e fecharam as portas da cidade ao conde Emich. Os soldados deste arrombaram as portas e mataram 1.000 judeus. Os judeus de Colônia tinham fugido, só dois foram mortos e a sinagoga foi queimada. Quando os bandos moviam-se descendo o vale do Reno, uma estimativa e 12.000 judeus foram assassinados nas cidades ao longo do rio Reno. Bandos e tropas moveram-se pelo vale a Mosela, matando judeus no seu caminho. À comunidade judaica de Trier foi dada proteção pelo bispo, sob condição de conversão. Muitos foram batizados, outros se suicidaram. Os Cruzadores e Guilherme o Carpinteiro, executaram outros. O cavaleiro Volkmar chegou na Hungria com 10.000 homens para juntar-se ao exército de Pedro o Eremita. Atacou a comunidade judaica em Praga. O bispo Cosmo e líderes a cidade tentaram em vão para os massacres. Quando tentou atacar os judeus em Nitra, os húngaros vieram em sua defesa e derrotaram os cruzados. Gottschalk, um cavaleiro o exército de Peter o Eremita, chefiou a seção sob seu comando, massacrando a comunidade judaica de Ratisbona.
1099
Os Cruzadores sob Godofredo de Bouillon conquistaram Jerusalém. Massacraram os moslins e impulsionaram judeus, rabanitas e caraítas, para dentro da sinagoga e os queimaram vivos.
1100
O primeiro pogrom de judeus em Kiew. Em vários distúrbios os populares pilharam lares saquearam o distrito judaico.
1120
O papa Urbano II declarou que os judeus devem ser tolerados. Na sua convocação à Cruzada, falou favoravelmente sobre os judeus. Embora as Cruzadas eram dirigidas contra os moslins na Terra Santa, os bandos, que se formaram marchando pelo país trouxeram incontáveis sofrimentos aos judeus que, junto com os moslins, eram vistos como inimigos da Cristandade.
1140
O monge cisterciense Rudolf excitou gente contra os judeus na França e Alemanha. Massacres correram em Colônia, Worms, Speyer e Estrasburgo. Os arcebispos de Mogúncia e Colônia solicitaram Bernardo de Clairvaux que silenciasse Rudolf e ordenar o povo a não molestarem os judeus. Como isso não tivesse efeito nenhum, Bernardo finalmente veio à Alemanha e mandou Rudolf de volta ao mosteiro. Embora Bernardo se opunha ao matar os judeus, demonizou-os também e convocou uma Segunda Cruzada.
1140
A primeira acusação de assassínio contra judeus relatada ocorreu em Norwich, Inglaterra. Líderes judaicos foram mortos. Pedro o Venerável de Cluny tentou fazer voltar Luís VII da França contra os judeus. Quis que financiassem as Cruzadas.
1146
A pregação do monge Rudolf continuou ter efeito em ataques de populacho, massacres e batismos forçados através de todo o vale do Reno. Simão o Pio de Trier e uma mulher judia de Speyer foram mortos quando se recusaram a serem batizados, apesar de tentativas de autoridades civis e eclesiais para proteger os judeus.
1147
Cruzadores na Alemanha assassinaram 20 judeus em Würzburg. Em Belitz, todos os judeus foram cremados. 150 judeus foram assassinados na Boêmia. Ataques a comunidades judaicas também na França.
1171
Acusação de assassínio ritual em Blois, França. A inteira comunidade judaica de 34 homens e 17 mulheres foi torturada e queimada.
1181
Acusação de assassínio ritual em Bury St. Edmund, Inglaterra. 1183 o mesmo em Bristol. 1192 em Winchester.
1188
Quando Richard I foi coroado, populares atacaram a comunidade judaica em Londres e Iorque. Richard puniu os desordeiros. A judeus batizados à força foi permitido retornar à sua fé.
1190
O rei Richard era capaz de proteger os judeus contanto que estava no país. Quando o deixou para uma nova Cruzada, os agregados cruzadores na Inglaterra atacaram comunidades judaicas. Os bairros do Port of Lynn em Norfolk foram queimados e os judeus massacrados. Judeus de Norwich refugiaram-se no castelo real. 1.500 judeus foram assassinados em Iorque. A comunidade em Stanfort foi pilhada e os que não alcançaram o castelo foram mortos.
1191
Na França, a cidade de Bray foi cercada pelo rei Filipe. Os judeus tinham escolha entre batismo e morte. A comunidade cometeu suicídio. Filipe queimou 100. Crianças menores de 13 foram poupadas.
1194
Os judeus de Londres tinham de pagar 3 vezes a importância que cidadãos cristãos tinham de pagar para o resgate de Richard I.
1195
Um presbítero, Fulk of Neuilly, que quis reformar a Igreja, pregou através da França inteira contra usura e exigiu que usurários devolvessem os seus ganhos aos pobres. Populares usavam seus sermões para atacar judeus, e barões os usavam para expulsar os judeus dos seus reinos de autoridade e confiscar as suas propriedades.
1209
Na Cruzada contra os albigenses (considerados como uma heresia cristã), 20.000 pessoas, inclusive a comunidade judaica, foram massacradas quando a cidade de Bezziers foi tomada de assalto.
1215
O Quarto Concílio do Latrão, presidido pelo papa Inocêncio III, ordenou que os judeus usassem um distintivo amarelo em forma dum anel. Isso era a primeira vez no ocidente que se exigiu dos judeus que se distinguissem do resto da população por seu vestuário. (O Código de Omar tivera isso decretado antes em países moslins.) Aos judeus não era permitido vestir os seus melhores roupas aos domingos ou andar em público em dias especiais como Páscoa.
1218
O rei Henrique II transformou esse decreto conciliar para um secular, ordenando a todos os judeus na Inglaterra usar um distintivo na sua roupa exterior todo o tempo, para distingui-los dos cristãos.
1222
Durante o Concílio de Canterbury, os bispos ingleses emitiram uma injunção impedindo que cristãos vendessem provisões a judeus. Para neutralizar isso, o justiciário do rei, Hubert de Burgh, emitiu uma ordem que proibiu aos súditos do rei, sob pena de prisão, recusar-se a prover judeus com os necessidades da vida.
1231
O papa Gregório estabeleceu a Inquisição para contrabalançar muitas heresias cristãs que brotaram devido a maiores liberdades no renascimento de países europeus. Provocaram a autoridade da Igreja Romana. A Inquisição era para desarraigar heresias antes e que se espalhassem às massas. Tribunais, compostos pela maior parte e monges, serviam de polícia, prossecução, juiz e júri. Autoridades seculares executaram as torturas e queimações no posto de impenitentes hereges, pois os inquisidores quiseram evitar derrame de sangue. Os judeus, naturalmente, eram especialmente vulnerável a ataques durante esses expurgos.
1232
O papa Gregório IX lamentou aos bispos na Alemanha que os judeus aí estariam sendo tratados demasiadamente bem. Proibiu relações amigas entre cristãos judeus.
1235
O bispo de Lincoln declarou que os judeus teriam de ser em cativeiro para os príncipes da terra. Têm o labéu de Caim, sendo condenados a migrar pala face da terra. Mas teriam também o privilégio de Caim. Não devem ser mortos.
1236
As comunidades judaicas em Anjou, Poitou, Bordeaux e Angouleme são atacadas por cruzadores. 500 judeus escolheram a conversão e mais que 3.000 foram assassinados. O papa Gregório IX, que originalmente convocara a Cruzada, era escandalizado sobre essa brutalidade, criticando o clero por não a prevenisse.
1239 – 1242
Por ordem do papa Gregório IX, todas as cópias do Talmude tiveram de ser entregues às ordens dos franciscanos e dominicanos para serem examinadas. Parece que o decreto papal foi executado somente na França. Livros judaicos e o talmude foram apreendidos também na Inglaterra, havendo cremação de livros. Em Paris, 24 carradas de cópias do talmude foram queimadas. O papa Inocêncio IV parou as confiscações e mandou devolver as cópias de talmude, embora não sem expurgar as passagens que pareciam objetáveis à Igreja.
1244
Em Londres, judeus foram acusados de assassínio ritual e taxados para uma alta importância de dinheiro como punição.
1247
Quando a acusação de assassínio ritual chegou a ser muito difundida, causando muitas atrocidades, o papa Inocêncio ordenou uma investigação da acusação, que provou que era uma invenção anti-judaica.
1255
O corpo morto do Pequeno S. Hugo de Lincoln foi descoberto numa fossa sanitária perto da casa dum judeu. Sob tortura confessou que Hugo tivera sido assassinado para um ritual. O rei Henrique III ordenou seu enforcamento depois de arrastado vivo pelas ruas, atado num cavalo. 100 judeus foram levados a Londres para processo. 18 foram enforcados sem processo. 2 foram perdoados e um absolvido.
1261 – 1264
Estudantes, presbíteros e monges de Canterbury atacaram o bairro judaico. Populares saquearam a seção judaica de Londres em 1262 e 1264.
1263
Um debate houve em Barcelona, Espanha, diante do rei Tiago I, nobreza, bispos e líderes monges. Rábi Moisés ben Naleman teve de defender o talmude contra um judeu convertido, Pablo Christiani, que tentou provar a eficiência da Cristandade a partir do talmude. O rei Tiago ordenou apagar passagens do talmude, que eram objetáveis a cristãos.
1267
O Sínodo de Viena decretou que cristãos fossem proibidos a atender cerimônias judaicas. Judeus eruditos foram proibidos a discutir com cristãos simples. Os judeus tinham de usar chapéus cornudos, chamados de pileum cornutum. As pessoas realmente criam que os judeus tinham cornos que estavam escondendo embaixo desses chapéus, sendo crianças o diabo. Tomas de Aquino (1226-1275) disse que os judeus não poderiam ser tratados como vizinhos, mas deveriam viver em perpétua servidão.
1270
Judeus foram massacrados na Alemanha: em Weissenberg, Magdeburg, Sinzig, Erfurt e outras cidades. Em Sinzig, a comunidade foi trancada na sinagoga no Sábado e queimada viva.
1272
A sinagoga principal de Londres foi fechada. A razão apresentada foi que o canto disturbava a devoção dos monges na vizinhança. Os judeus tinham de reunir-se em casas particulares, mas até isso era restrito por ordem do bispo de Londres.
1275
O Statutum Judeismo foi passado na Inglaterra sob o rei Eduardo I. A lei proibiu os judeus a cobrarem juros, restringiu a área onde pudessem viver, mandou judeus a partir de sete anos usar o distintivo e exigiu que os acima de doze pagassem uma taxa anual na Páscoa. Mas a lei permitiu também que judeus, pela primeira vez, arrendassem terra para lavoura e se tornassem comerciantes e artesãos.
1278
Eduardo I acusou-os de moedeiros. Buscas de casa a casa tiveram lugar pela Inglaterra inteira, e 680 judeus foram jogados na Torre de Londres. Muitos foram enforcados e tiveram sua propriedade apanhada pela coroa.
1280
Na Polônia, autoridades civis tentaram atrair judeus estabelecendo vida judaica numa base racional. Mas a Igreja insistiu que os judeus ficassem isolados do resto da população. O Sínodo de Buda introduziu o distintivo judaico. Na Espanha, os judeus foram forçados a ouvir sermões de conversão de monges nas suas próprias sinagogas. Fanáticos populares agrediram judeus contra as ordens das autoridades civis.
1281
A maioria dos judeus espanhóis foram presos nas suas sinagogas num Sábado do janeiro, mas soltos com a promessa de pagar uma grande importância de dinheiro de resgate.
1282
O arcebispo de Canterbury fechou todas as sinagogas na sua diocese.
1283 – 1285
Dez judeus foram assassinados por populares em Mogúncia, depois de terem sido acusados de assassínio ritual. 26 judeus foram mortos como resultado duma acusação de assassínio ritual em Bacharach. 40 judeus foram assassinados depois duma acusação de assassínio ritual em Oberwesel. Em Munique, 180 judeus foram queimados vivos na sinagoga depois duma acusação de assassínio ritual.
1290
Em 18 de julho, o rei Eduardo I, em Concílio, mandou que todos os judeus, sob pena de morte, deixassem o país até o dia primeiro de novembro.
1298
Severas persecuções tomaram lugar na Francônia, Bavária e Áustria. Um nobre alemão, de nome Rindfleisch (era chamado de Judenschlächter [açougueiro de judeus]) juntou um pequeno exército e começou a matança de judeus de cidade a cidade. Em cerca de seis meses queimou e massacrou um número estimado de 100.000 judeus em 140 comunidades, incluindo Würzburg, Ratisbona, Nuremberga, Augsburg, Heilbronn e Rottingen.
1306
Sob Filipe IV, todos os judeus do seu reino, aproximadamente 100.000, foram presos em 22 de julho. Foi lhes dito que deixassem o país dentro de um mês. Não podiam levar senão suas roupas e provisões para um dia. Sua propriedade deixada atrás foi usada por Filipe para reencher a tesouraria real, esta que tivera sido exaustada pelo seu feudo com o papa e sua guerra contra os flamengos.
1308
O bispo de Estrasburgo, João de Dirpheim, inquiriu os judeus de Sulzmatt e Rufach por acusação de profanação de hóstia. Foram queimados vivos.
1315
O rei Luis X chamou de volta os judeus que tinham sido expulsos da França. Eles, em troca, puseram condições, que foram atendidas. Mas outra vez tinham de usar distintivos.
1320
O papa João II ordenou a inquisição em Toulouse. Aí e em Perpignan, o talmude foi queimado. Durante a Cruzada dos Pastores, 40.000 pastores e camponeses marcharam de Agen a Toulouse, matando qualquer judeu que não era disposto a ser batizado. Em Verdun, 500 judeus fugiram a uma torre. Quando foram assediados, cometeram suicídio. 120 comunidades judaicas no sul da França e no norte da Espanha foram exterminadas.
1328
Milhares de judeus foram assassinados por populares ao redor de Estella, quando um monge pregou inflamantes sermões antijudaicos.
1338
O bispo João de Dirpheim causou o massacre de judeus em Estrasburgo no aniversário da Conversão de S. Paulo.
1348
Quando a peste grassava na Europa, os judeus na Espanha foram acusados de planejarem a envenenar os poços dos cristãos. Na França, Espanha e Suíça, judeus foram assassinados porque o povo cria que teriam envenenado os poços ou o pretenderiam fazer. No mês e setembro, o papa Clemente VI editou bula papal declarando os judeus inocentes da acusação de causar a praga. Exortou o clero a proteger os judeus e até excomungou assassinos. Mas os populares não podiam ser retidos. 10.000 judeus foram assassinados por populares poloneses nas cidades perto da Alemanha, apesar da proteção real dada pelo rei Kasimir. O prefeito de Estrasburgo, Konrad von Winterthur, junto com outras autoridades, defendeu os judeus contra os ataques de populares e as acusações do bispo. Os concelhos de outras cidades tentaram o mesmo.
1349
A comunidade judaica de Basiléia foi queimada morta numa estrutura especialmente construída. 2.000 judeus pereceram em Estrasburgo. Em Worms, 400 judeus foram queimados. Em Oppenheim, os judeus queimaram-se a si mesmos, temendo a tortura. O mesmo aconteceu em Frankfurt. Em Mogúncia, 6.000 judeus foram queimados à morte quando o populacho pôs fogo nas suas casas. Em Erfurt, a comunidade judaica de 3.000 foi massacrada, e em Breslau todos os judeus pereceram. Em Viena, os judeus cometeram suicídio, aconselhados por seu rábi, para evitar tortura. As comunidades judaicas de Augsburg, Würzburg Munique foram destruídas. Os judeus foram expulsos de Heilbronn. Os judeus de Nuremberga que não fugiram, foram queimados à morte num lugar que desde então é conhecido como Judenbühl. Os judeus de Königsberg foram massacrados. Em Bruxelas, aproximadamente 500 judeus morreram num massacre.
1354
12.000 judeus foram massacrados em Toledo.
1357
Quando a peste voltou outra vez na Francônia, os judeus foram outra vez incriminados de terem envenenado os poços. A peste, também chamada a Morte Preta, matou milhares. Durante esse tempo, o mito de conspiração judaica foi inventado, mito esse que, apesar das suas absurdidades, continua sendo acreditado por muitos, até hoje!
1366 – 1369
Quando a guerra civil grassava entre o rei Pedro e Henrique de Trastamora, muitos judeus foram massacrados por mercenários empregados por ambos os lados.
1384
Os judeus de Nördlingen foram atacados e massacrados.
1389
Populares atacaram e massacraram milhares de judeus em Praga.
1391
A Inquisição virou-se contra os judeus que se tinham convertido à Cristandade. Em muitos casos, continuaram secretamente praticar o Judaísmo, sendo por isso considerados heréticos. Por toda a Inquisição, um número estimado e 50.000 judeus foram mortos, e outros 160.000 batizados à força. Em muitas cidades da Espanha, sinagogas e mesquitas foram transformadas em igrejas, e comunidades judaicas sofreram terríveis perseguições. Depois, 300 judeus foram assassinados ou cometeram suicídio em Barcelona, 11.000 judeus permitiram que fossem batizados.
1399
Em Posen, Polônia, um rábi e 13 anciãos da comunidade judaica foram lentamente queimados à morte, acusados de terem apunhalado a hóstia e a jogado numa cova. Rumores circularam que a hóstia teria sangrado, o que, naturalmente, confirmava o dogma da Eucaristia.
1407
Os fogosos sermões do monge e reformador Vicente Ferrer causou opressivas ações contra os judeus na Espanha e agressões de populares. É creditado com 20.000 forçados batismos em Castela e Aragão.
1413 – 1415
Dom Fernando de Aragão convocou debates em Tortosa. Foram imaginados para facilitar para judeus a conversão à Cristandade. Os líderes judaicos de Aragão foram forçados a debater com um judeu convertido, Jerônimo de Santa Fé. As disputas prolongaram-se por um ano e nove meses, com resultados negativos para as comunidades judaicas.
1419
O papa Martinho V e os reis espanhóis restauram direitos judaicos. Sinagogas e cópias de Talmude são-lhes devolvidos.
1422
A Cruzada contra os hussitas na Boêmia e Morávia causaram muito mal a comunidades judaicas. Na sua marcha a Praga, o exército do imperador alemão Sigismundo, com mercenários holandeses, destruíu comunidades judaicas ao longo do rio Reno, na Turíngia e na Bavária, tudo para vingar o insultado Deus dos cristãos.
1427 – 1429
Uma bula, editada pelo papa Martinho V, proibiu os capitães do mar transportarem judeus à Terra Santa. Também, numa outra bula, exigiu a proteção dos judeus, estabelecendo direitos da comunidade, entre estes permitindo aos judeus estudarem em universidades.
1431
Uma acusação de assassínio ritual levou à destruição de comunidades judaicas alemãs em Ravensburg, Überlingen e Lindau.
1432
Os judeus foram expulsos de Saxônia.
1434
O Concílio de Basiléia, presidido pelo papa Eugênio IV, revogou as liberdades que Martinho V tinha conferido. Os judeus tinham de viver em bairros separados das cidades, atender sermões de conversão e não tinham permissão de atender universidades.
1443
Os judeus de Venécia tinham de usar o distintivo amarelo.
1451
O papa Nicolau V, numa bula, confirmou as velhas exclusões de judeus da sociedade cristã e de todas as profissões honestas. João de Capistrano foi apontado pelo papa para orientar a Inquisição dos judeus. Nos seus sermões repetia as acusações de assassínio ritual e profanação de hóstia, o que levou a persecuções em Breslau sob o rei Ladislau da Silésia.
1454
Quando o exército polonês pela Ordem Teutônica e os prussianos, o clero, que fora excitado pelos sermões de Capistrano na Polônia, culpou a lenidade real para com os judeus pela calamidade. Direitos judaicos foram retirados e populares atacaram comunidades judaicas.
1457
Tropas poloneses em marcha à Cruzada contra os turcos atacaram os judeus de Cracóvia, matando cerca de 30.
1492
Todos os judeus foram expulsos da Espanha católica.
1500 – 1530
Os dominicanos batizaram muitos judeus. Esses convertidos, porém, não eram muito mais seguros dos ataques de populares. Alguns destes convertidos escreveram extremamente hostis volumes antijudaicos, pretendendo causar dano à Judiaria: Vítor de Carben em 1505, João Pfefferkorn (quatro peças sarcásticas) em 1505-09, Antônio Margharita em 1530. Os dominicanos também rejeitaram o estudo da língua hebraica.
1509
O imperador Maximiliano autorizou João Pfefferkorn a destruir qualquer coisa que fosse blasfema ou hostil à Cristandade. Começou em Frankforte no rio Meno, onde vasculhou lares judaicos e sinagogas, confiscando mais que 1.500 manuscritos.
1517
No tempo da Reforma, o papa editou uma bula: Cum nimis absurdum. Essa é reconhecida como o documento cristão antijudaico mais devastador que jamais foi escrito. Requis que os judeus usassem distintivos de ignomínia, vivessem em guetos e vendessem qualquer propriedade fora dos muros do gueto.
1521 – 1523
Em O Magnificat e no tratado Que Jesus Cristo nasceu judeu, Martim Lutero reagiu contra o tratamento rude de judeus, esperando que eventualmente pudessem se converter. A Reforma contribuiu para mais liberdade para os judeus. Em países protestantes gozavam de maior tolerância e tinham menos restrições, podendo desenvolver uma cultura mais dinâmica do que em países católicos. Mesmo assim, os judeus continuaram vivendo vidas precárias em qualquer lugar. Nos países católicos, a guetoização chegou a ser a norma. A cultura judaica era sufocada, e o novo estereótipo de judeu de gueto foi adicionado aos muitos já existentes.
1541
João Eck, o polemista católico romano, escreveu um tratado contra Davi Gans, um judeu. Gans esperava que o protestantismo fosse mais tolerante do judaísmo. O panfleto de Eck, Refutação dum Livro Judaico, revivifica todas as antigas acusações: assassínio ritual de crianças, profanação de hóstia, etc. Além disso, chama os protestantes da Alemanha aduladores e amadores de judeus.
1543
Essa acusação pode ter contribuído para a mudança da atitude de Lutero aos judeus. Transpirou uma série de tratados, intitulados “Sobre Judeus e as suas Mentiras, Sobre Shem Hamforas: Suas sinagogas devem ser incendiadas… suas casas devem igualmente ser demolidas e destruídas… Deixem-nos ganhar seu pão pelo suor dos seus narizes, como ordenado às crianças de Abraão. Reverteu à posição medieval de perigo do ataque de Eck contra o protestantismo e à crença das histórias de Eck de que os judeus matariam crianças para os seus rituais. No tratado Nas últimas palavras de David, moderou sua posição, mas seguiu a tradição de interpretar o Antigo Testamento em termos cristológicos. Esses panfletos mostraram-se impopulares e teriam sido esquecidos, se os nazistas os não tivessem ressuscitado na Edição de Munique (primeiro vol. 3, 1934). Alguns homens famosos do tempo da Reforma que eram simpáticos aos judeus eram João Brenz (1499 – 1570), o reformador da Suábia, e os teólogos André Osiander (1498-1552) e Matias Flacius (1520-1575).
1554
Em Genebra, Teodoro Beza publicou um livro sobre Porquê heréticos devem ser punidos pelos magistrados. Essa era uma réplica ao eloqüente apelo de Sebastião Castellio por liberdade religiosa. Castellio fora removido de Genebra pelo reformador João Calvin, porque duvidava que o Cântico dos Cânticos formasse parte das Escrituras.
1580 – 1620
A República dos Sete Países Baixos (Holanda) chegou a ser muito tolerante aos judeus. Chegou a ser um porto para judeus que fugiram da Inquisição. Aí, os argumentos de Castellio por liberdade religiosa prevaleciam sobre a influência de Beza. Quando os Países Baixos estavam sob o reinado de Carlos da Espanha, os judeus foram expulsos.
1582
Na Scots Confession (Confissão Escocesa), cap. 18, o reformador João Knox manteve a doutrina calvinista original de intolerância, distinguindo “a prostituta” (Roma) e as sujas sinagogas de a verdadeira Igreja.
1622
O rei Cristiano da Dinamarca e outros convidaram judeus a residirem nos seus países, quando a Guerra dos Trinta Anos grassava na Europa Central.
1646 – 1647
A Confissão de Westminster, por ato do parlamento escocês, substituiu a Confissão Escocesa, definindo a Igreja em termos universais sem difamações antiromanas ou anti-semíticas nos seus capítulos sobre a Igreja.
1648 – 1649
Durante a rebelião dos Cossacos e camponeses russos na Polônia, Ucrânia, Rússia Branca e Lituânia, as mais cruéis torturas foram inventadas para os judeus. Milhares morreram sob prolongada brutalidade. Crianças não foram poupadas. Há relatos de raptos e horríveis chacinas, de gente sendo morta devagar com lanças, de mulheres fendidas e gatos vivos costurados dentro delas. A cidade de Hamburgo expulsou os judeus.
1654
Em 22 de setembro, Pedro Stuyvesant enviou para casa uma carta anti-semita das colônias no Novo Mundo à Companhia da Índia Ocidental, indicando que os judeus aqui também estavam em dificuldade. Os puritanos da Inglaterra viam os judeus como desafio ao evangelismo cristão
1718
Carlos XIII da Suécia abriu o país à imigração judaica. Todavia, restrições econômicas e de viajar foram impostos.
1744
Os judeus foram expulsos da Boêmia, e 1745 da Morávia, sob a imperatriz Maria Teresa.
1753
Sob a Imperatriz Isabel Petrovna, cerca de 35.000 judeus foram expulsos da Rússia.
1768
A expansão da Rússia e a derrota da Polônia confrontaram os russos com largamente estabelecidas comunidades judaicas, que anteriormente não estavam sob o seu domínio. A Czarina Catarina II, a Grande, estabeleceu um território, o assim chamado Recinto de Residência. Era para impedir a população judaica de influenciar a sociedade russa e para ser um pára-choque entre a Rússia e os seus vizinhos ocidentais. Os judeus precisavam de licenças especiais para viajar fora do Recinto. Perseguições e judeus continuaram violentamente na Polônia, Lituânia e Rússia, aonde os judeus fugiram dos cruzadores e da Inquisição da Europa ocidental.
1791
Aos judeus foi dada cidadania na França. A idade do Iluminismo (ou da razão) produziu um racionalismo que foi aplicado a assuntos sociais e econômicos. O sentido limitante de nacionalidade trouxe outra vez dificuldade para os judeus, porque estavam vivendo espalhados através de muitas nações.
1796
Os Países Baixos concederam aos judeus plena igualdade e cidadania.
1808 – 1810
O Czar Alexandre I quis integrar os judeus na sociedade russa, ordenando que deixassem as aldeias onde estavam residindo. Um número estimado em 500.000 judeus deixaram o campo e flutuaram para dentro das cidades, onde milhares morreram de fome, de frio ou de doença. Medo de epidemia causou a revogação da lei.
1814 – 1820
Aos judeus de Dinamarca foi concedido emancipação quase completa. Cidades alemãs ainda expulsaram regularmente judeus: Lubeque, Brema, Würzburg e outras cidades da Francônia, Suábia e Bavária. Os assim chamados distúrbios HEP! HEP! (um grito de cruzadores: Hierosolyma est Perdita – Jerusalém está perdida) tomaram lugar em Francoforte, Darmstadt, Bayreuth, Karlsruhe, Düsseldorf, Heidelberga, Würzburg e até em Copenague.
1821
Milhares de judeus fugiram da Grécia, depois de distúrbios antijudaicos.
1844
Carlos Marx (um judeu) publicou seu tratado Sobre a Questão Judaica, Zur Judenfrage, repetindo os antigos estereótipos que os cristãos usaram.
1845
O socialista francês, Afonso Toussenel, publicou o seu ataque anti-semítico Os Judeus, Rei da Época, Les Juifs Rois de lepoque.
1848
A revolução trouxe a emancipação dos judeus, mas já em 1851 as constituições de Prússia e de Áustria incluíram outra vez restrições antijudaicas.
1850
Distúrbios contra judeus na cidade de Nova-York, guiados por um policial irlandês.
1855
Comte de Gobineau publicou seu Ensaio sobre a Desigualdade das Raças Humanas, Essai sur linequalité des races humaines. O moderno anti-semitismo usou isso pesadamente.
1868
Hermano Gödsche publicou sua novela Biarriz sob o pseudônimo e Sir John Racliffe. Num capítulo intitulado de No Cemitério Judaico de Praga descreve um segredo encontro de meia-noite de representantes das 12 tribos de Israel, recebendo direções do Diabo sobre como dominar o mundo. Em 1872, só esse capítulo foi reimprimido como um panfleto em St. Petersburg, Rússia, com a declaração de que embora a história fosse ficção, basear-se-ia em fato. O panfleto foi reimpresso, mais tarde, em Moscou, Odessa e Praga.
1869
Os judeus receberam status igual de cidadão na Alemanha.
1870
O gueto em Roma foi formalmente abolido – contra os desejos do papa Pio IX – e os judeus chegaram a ser cidadãos iguais no reino da Itália.
1871
O padre Augusto Rohling de Praga publicou seu panfleto O Judeu do Talmude, Der Talmudjude. Era um vicioso ataque anti-semita vastamente circulando entre católicos.
1873
Guilherme Marr publicou seu panfleto Vitória da Judiaria sobre o Germanismo, Der Sieg des Judentums über das Germanentum. Aqui, o termo anti-semitismo foi usado pela primeira vez.
1875
O Kulturkampf (Luta de Cultura) de Bismark contra os católicos na Alemanha, foi interpretado por católicos como sendo influenciado pelo capital judaico como vingança pela romana persecução aos judeus.
1878
Adolfo Stoecker, o fundador do Partido Socialista Cristão de Trabalhadores na Alemanha, era cometido a anti-semitismo. Mais que 100.000 judeus romenos imigraram nos Estados Unidos, para evitar inanição por causa das leis discriminatórias no seu país.
1879
O professor Henrique von Treitschke na universidade de Berlim, fez-se um nome no mundo, não somente como historiador, mas também como moderno anti-semita. Numa coleção de ensaios Uma Palavra sobre a nossa Judiaria, Ein Wort über unser Judentum, declara, por exemplo, que anti-semitismo é uma reação natural do sentimento nacional alemão contra um elemento estranho que usurpara largamente demais um lugar na nossa vida.
1881
Uma petição com 250.000 assinaturas foi submetido a Bismark pelo Movimento Berlim, exigindo severas restrições na vida judaica na Alemanha. O primeiro de muitos severos pogroms contra os judeus foi iniciado pela Sagrada Liga na Rússia, consistindo de 300 oficiais de exército. Os pogroms causaram uma das maiores emigrações na história judaica. Eugênio Duhring publicou seu A Questão Judaica como um Problema de Raça, Costume e Cultura, Die Judenfrage als Rassen-, Sitten- und Kulturfrage: A origem do desprezo geral, sentido pela raça judaica, jaz na sua absoluta inferioridade em todos os campos intelectuais. Os judeus mostram uma falta de espírito científico, uma fraca compreensão de filosofia, uma inaptidão para criar em matemática, arte e até música. Fidelidade e reverência com respeito a qualquer grande e nobre são-lhes alheias. Por isso, a raça é inferior e depravada… A obrigação dos povos nórdicos é exterminar tais raças parasitas como exterminamos serpentes e bestas de presa. Comícios do Movimento Berlim terminaram em distúrbios de bandos movimentando-se pelas ruas gritando Juden raus! (Judeus fora!), atacando judeus ou pessoas de aparência judaica, quebrando janelas de comércios judaicos.
1882
O padre E. A. Chabauty publicou Os Judeus, nossos Mestres, Les Juifs, nos Maitres!, sobre nações cristãos sendo atacadas por conspiração judaica.
1886
A Aliança Anti-semítica Alemã era formada por partidos da ala direita. Edudardo-Adolfo Drumont publicou seu A França Judaica, La France Juive, uma obra violentamente anti-semítica, largamente circulada.
1887
Otto Boeckel, um dos líderes da Aliança Anti-semítica Alemã, foi eleito ao Reichstag(Parlamento) em Berlim. Karl Lüger, um político da esquerda, fez público o seu anti-semitismo. Chegou a ser um líder maior do anti-semitismo austríaco. Em Mein Kampf(Minha Luta), Hitler atribui seu anti-semitismo à influência de Lüger.
1889
Max Liebermann von Sonnenberg, que fora um líder no Movimento Berlim, fundou o Partido Anti-semítico Social Alemão, Deutsch-Sociale Antisemitische Partei, em Bochum, Vestfália. O primeiro jornal anti-semítico na Hungria apareceu em Pressburg.
1890 e depois
Quatro milhões de judeus fugiram à Europa Ocidental e América, devido à perseguições na Europa Oriental. Mas aqui também – na Terra dos Livres – os judeus foram restritos, sofrendo as antigas acusações. O Sionismo desenvolveu-se na Europa. Hermano Ahlwardt publicou seu A Luta de Desespero dos Povos Arianos Contra a Judiaria, Der Verzweiflungskampf der Arischen Völker mit dem Judentum, pintando a Judiaria um como polvo que controlasse qualquer setor da nação alemã. Anti-semíticos partidos ganharam cinco vagas no Reichstag (Parlamento) alemão.
1892
Eduardo Drumont fundou o jornal francês La Libre Parole para popularizar seu anti-semitismo.
1893
Anti-semíticos partidos ganharam dezasseis vagas no Reichstag (Parlamento) alemão.
1894
O processo e conselho de guerra do oficial francês Alfredo Dreyfus (um judeu) por traição; foi mais tarde provado que foi causado por anti-semíticos oficiais de alto patente do exército e gente no ministério de guerra que forjou os documentos. O Caso Dreyfus causou distúrbios anti-semíticos na França.
1899
Houston Steward Chamberlain publicou sua obra As Fundações do Século Dezanove (The Foundations of the Nineteenth Century). Levou a teoria racial de Gobineau à sua conclusão lógica, proclamando os germânicos como a raça mestre e exigindo uma cruzada contra os judeus.
1900 – 1910
Centenas de pogroms contra os judeus foram iniciados e sustentados pelas Centenas Pretas na Rússia e Ucraína. Uma breve versão dos Protocolos dos Doutos Anciãos de Sião foi publicado por Pavolackai Krushevan no seu jornal Znamya em St. Petersburg. A aceitação da sua ficção pela polícia segreda do Czar, ainda por cristãos aí e mais tarde em outros países, provaram como o antijudaísmo cristão tinha predisposto o povo a crer a mais fantástica propaganda anti-semita. S. A. Nilus publicou o texto inteiro dos Protocolos na terceira edição do seu livro O Grande e o Pequeno em St Petersburg. G. Butmi publicou sua versão dos Protocolos Os Inimigos da Raça Humana em St. Petersburg (quatro edições em dois anos). (Veja também 1917 e 1939).
1911
Werner Sombart publicou seu livro O Judeu e o Moderno Capitalismo. Afirma que Judaísmo e capitalismo são praticamente sinônimos. Declarou: Interesses intelectuais e habilidade intelectual são mais fortemente desenvolvidos nele (no judeu) que forças físicas (manuais). (Compare 1881, onde Duhring declarara exatamente o contrário).
1914
Leis antijudaicas foram abolidas, para que judeus pudessem lutar para a Santa Mãe Rússia na Primeira Guerra Mundial.
1915
O grã-duque Sergei, comandante-em-chefe dos exércitos russos, decretou a recolocação de todos os judeus no Recinto, temendo que tomassem partido com os alemães. 600.000 foram transportados à força ao interior da Rússia. Cerca e 100.000 deles morreram de abandono às intempéries e de inanição.
1918 – 1920
Aproximadamente 200.000 judeus sofreram morte violento durante a fratricida guerra civil da Rússia e da guerra russa-polonesa em 1920. Era principalmente na Ucraína, mas houve também massacres em massa de judeus em Minsk, Pinsk e Vilna pelo exército polonês (documentado pelo governo dos EU) e em Yekaterinburg, Sibéria. Em julho de 1919, mais que 2.000 judeus foram massacrados pelo Exército Branco sob o almirante Kolchak. Os judeus foram acusados pelos bolcheviques de serem capitalistas e opostos a eles, e pelos Brancos de serem Vermelhos e comunistas. Sofreram mais pelos Brancos, que não fizeram diferença entre eles e os Vermelhos. Lenin proscrevia pogroms, mas o tratamento melhor que os judeus recebiam dos Vermelhos dava mais prova aos Brancos de que os judeus eram comunistas. Torturas terríveis e massacres de judeus aconteceram na Ucraína sob o general Denikin, cujo Exército Branco no sul da Rússia era armado e financiado principalmente pelos aliados, mormente o britânico. Na Declaração Balfour, a British Foreign Secretary (Ministério do Exterior Britânico) declarou a Palestina como sendo o lar nacional (national home) para os judeus. As nações árabes protestaram. Os Protocolos dos Doutos Anciãos de Sião foram primeiramente publicados na Inglaterra. Em distúrbios de Berlim e Munique, os judeus foram culpados por Alemanha ter perdido a guerra.
1920 – 1921
Gottfried zer Beek (Ludwig Müller) publicou os Protocolos em alemão. Alcançaram seis edições. A versão de Müller chegou a ser a versão oficial dos nazistas em 1929. Os Protocolos foram publicados também na França, Estados Unidos e Polônia. O Retorno à Normalidade reviveu o Ku Klux Klan nos Estados Unidos, e restrições de todas as espécies foram impostas na gente de descendência hebraica. Hitler fez o seu primeiro discurso importante contra os judeus em 13 de agosto, exigindo que se tirasse deles todos os seus direitos. Aproximadamente 1.450.000 judeus imigraram nos Estados Unidos num período de cerca de 30 anos. Para frear a imigração, o presidente Harding e o Congresso rescreveram as leis, limitando a imigração por nacionalidade por ano a três porcentos do número das pessoas dessa nacionalidade já nos Estados Unidos no censo de 1910. Outra severa restrição de imigração foi legislada em 1924.
1925
Hitler publicou seu Mein Kampf (Minha Luta): Se, com a ajuda do seu credo marxista, o judeu está vitorioso sobre outros povos do mundo, sua coroa será a grinalda funeral da humanidade… Hoje creio que estou agindo de acordo com a vontade do Criador Onipotente: defendendo-me contra o judeu, luto pela obra do Senhor.
1926 – 1933
Os pogroms continuaram na URSS, Polônia, Romênia, Hungria, Grécia e México. Na Alemanha, cemitérios judaicos e sinagogas foram profanados.
1933
Hitler chegou ao poder na Alemanha. Os judeus foram excluídos do serviço civil, profissões legais e universidades, não tinham permissão de ensinar em escolas e não podiam ser editores de jornais.
1934
Grupos antijudaicos formaram-se por todo o Canadá. Anti-semitismo era espalhafatoso em muitos magazines e jornais.
1935
Os judeus perderam sua cidadania na Alemanha.
1936
Palestinos rebelam-se contra o Sionismo e a decisão britânica de oferecer aos judeus terras árabes. Durante o ano de 1936, meio milhão de judeus foram assentados na Palestina. Os britânicos tentaram bloquear o fluxo de imigração e negociar com organizações paramilitares judaicas. Nos expurgos de Stalin, muitos judeus perderam suas vidas na URSS. O Cardeal Hloud, o primaz da Polônia, numa carta pastoral, exortou os católicos a boicotarem negócios judaicos.
1937
Os campos de concentração de Sachsenhausen, Buchenwald e Lichtenburg foram estabelecidos na Alemanha. Todos os professores judaicos perderam os seus empregos na Itália. Crianças judaicas foram segregadas. Os Protocolos foram publicados na Itália e circularam largamente.
1938
Durante a noite de 9-10 de novembro, cerca de 7.000 lojas e negócios judaicos foram pilhados, a maioria das sinagogas queimadas e 91 judeus mortos na Alemanha. Cerca de 30.000 judeus mais ricos foram levados a campos de concentração. Mais tarde, a maioria desses foram soltos e receberam papéis de emigração, depois de todas as suas posses terem sido confiscadas. Uns poucos cem mil judeus podiam emigrar da Alemanha, Áustria, Boêmia e Morávia, transferindo tudo que tinham aos nazistas. Os judeus foram excluídos da vida pública, de escolas e universidades. Tinham de usar distintivos amarelos em forma da Estrela de David na sua roupa todo o tempo. Foram acusados de qualquer mal embaixo do sol, e estavam sempre com receio de levar uma batida ou ainda ser morto nas ruas.
1939 – 1941
O início da Segunda Guerra Mundial trouxe uma mudança da política de emigração para a de exterminação. Milhares de judeus foram arrebanhados pelos comandos de ação (Einsatzkommandos) da SS atrás da frente alemã que avançava e fuzilados ou levados a campos de concentração na Polônia. A GESTAPO (Geheime Staatspolizei = Polícia Secreta do Estado) arrebanhava judeus, ciganos, Testemunhas de Jehovah, comunistas, homossexuais e outros, e os pôs em campos.
1942
Em 20 de janeiro, a conferência de dezasseis oficiais nazistas de alto patente em Berlim-Wannsee planejou a solução final, a completa exterminação da Judiaria Européia.
1942 – 1945
Aproximadamente seis milhões de judeus, entre eles cerca de um milhão de crianças, foram mortos em campos especiais de extermínio, todos situados na Polônia, que estava ocupada pelo exército alemão. O mais proeminente desses campos era Auschwitz. Holocausto é um termo bíblico que significa oferta queimada. O povo judaico se refere a esse evento mais devastador da sua história como à Shoáh. Muitas Igrejas na Alemanha suportaram Hitler como herói nacional. Algumas lhe resistiram. Mas a Cristandade como um todo falhou miseravelmente no resistir ao mal feito aos judeus e a outras minorias. E quando judeus refugiados bateram nas portas das nações opostas aos nazistas, esses refugiados foram rejeitados. Por todo o mundo ocidental, as Igrejas ficavam geralmente caladas, quando os judeus necessitavam de ajuda, sendo eventualmente massacrados. O Holocausto é, portanto, também a culminação do antijudaísmo cristão dos séculos. O seu próprio ensinar antijudaísmo paralisava os cristãos de agirem apropriadamente, quando seculares forças anticristãs e pagãs assumiram a linguagem de antijudaísmo das Igrejas Cristãs, levando este à mortífera conclusão. No início havia a palavra antijudaica – no fim a Solução Final.
Nota
Fonte : INPR
Texto inglês em A Short Review of a Troubled History, by Fritz B. Voll 
See also: Paul E. Grosser and Edwin G. Halperin, Anti-Semitism: The Causes and Effects of a Prejudice. Secaucus, NJ: Citadel Press, 1979 (1976) / Don Mills, Ontario: George J. McLeod Ltd. and bibliography.

Ateu que tinha 1% de chance de sobreviver a cirurgia cardíaca testemunha milagre e conversão


















O fiel Ivan de Oliveira Almeida, 66 anos, testemunhou que sua vida é um milagre, após ser submetido a uma cirurgia cardíaca em que os médicos o deram 1% de chance de sobrevivência e ele resistiu.
Almeida teve “aneurisma de aorta, lesão obstrutiva, insuficiência de valva aórtica, disfunção de ventrículo esquerdo e ventrículo direito, e derrame pleural”, o que levou a artéria aorta a ter doze centímetros de diâmetro, quando o normal é de 2 a 2,5 centímetros. Em muitos casos, quando ela se expande até 4 cm, se rompe e leva o paciente à morte.
“Os médicos avisaram a minha família que eu não ia voltar, pois o aneurisma era o maior que eles já tinham visto lá no hospital. Durante a cirurgia, que demorou 12 horas, dentre outros procedimentos os médicos trocaram válvula e fizeram enxerto. Com isso o meu coração ficou por muito tempo fora do meu corpo. Quando o colocaram de volta, colocaram também um aparelho chamado marca-passo, para que fizesse o coração voltar a bater, e então viram surpresos que não precisava de marca-passo, pois o milagre já estava acontecendo. Na hora em que acordei da cirurgia, com dez médicos à minha volta, eu entendi que cada um deles ali era testemunha do milagre do Senhor”, testemunha o fiel.
Membro da Igreja Mundial do Poder de Deus, Almeida diz que até o dia da cirurgia era ateu, mas a iminência de sua morte o fez aceitar Jesus e crer que ele poderia salvá-lo.
“Eu era ateu e achava que quem pregava o Evangelho só queria explorar o povo. Hoje sou um milagre de Jesus! Acredita em Jesus, gente! Entrega sua vida a Ele! Ele ergue da sepultura o que está morto! Eu era ateu e Ele me ressuscitou! Até o último segundo da minha vida eu vou falar desse milagre! Eu era maratonista e parei de correr em dezembro de 2012 por causa dos problemas no coração. Em fevereiro de 2013 fui para o CTI do Instituto Nacional de Cardiologia e no dia 20 de março fui operado. Jesus pôs a mão sobre mim e disse: ‘Você viverá para levar a Minha Palavra ao mundo’. Jesus vive, gente! Antes da cirurgia, este meu amigo aqui ao meu lado me disse para orar, e eu respondi que passei 66 anos sem crer em Jesus e que seria hipocrisia orar naquele momento. Então, na hora da anestesia, já dentro do centro cirúrgico, pedi um minuto ao médico e em voz alta, quase gritando mesmo, eu disse: ‘Senhor Jesus Cristo, a Ti entrego o meu corpo, a minha alma e a minha vida. Fazei de mim o que quiseres’. E me entreguei à morte, porque eu sabia que ia morrer. Mas Ele disse que não era a hora!”, declarou ao site da denominação.
O Instituto Nacional de Cardiologia, no Rio de Janeiro, é tido como um centro de excelência nacional pelo Ministério da Saúde, e oferece atendimento em cardiologia e cirurgia cardíaca, sendo a única unidade pública do estado que realiza cirurgias cardíacas neonatais.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+

10.09.2013

Four Blood Moons: livro que associa eclipses lunares à volta de Cristo se torna a nova sensação entre cristãos
















Quatro eventos astronômicos em 2014 e 2015 que se iniciarão na Páscoa, tornaram-se o centro de um rebuliço nas igrejas norte-americanas, devido ao lançamento do livro Four Bloog Moons (“Quatro Luas de Sangue”), escrito pelo pastor John Hagee.
Estão previstas para o próximo ano quatro momentos em que a lua ficará vermelha, como se tivesse sido banhada de vermelho. Daí o título do livro. A confusão em torno dele vem de estudos teológicos feitos pelo pastor de origem judaica Mark Biltz.
Em 2008, Blitz afirmou que, em seus estudos sobre profecias que mencionam o sol e a lua, notou que no livro do Gênesis, a Bíblia se refere aos astros como elementos que seriam usados “para sinais e estações do ano”.
“É como se Deus quisesse sinalizar para nós. A palavra hebraica dá a entender que não se trata de apenas um sinal, mas um sinal de que Ele vem ou de que está vindo”, afirmou o pastor, frisando que a palavra hebraica usada para “estações” pode também ser usada para festas e festivais de Deus.
Para explicar sua teoria, Blitz cita que no no Antigo Testamento, o profeta Joel afirma que “o sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes do grande e terrível dia do SENHOR” (Joel 2:31). Já no Novo Testamento, uma fala de Jesus alerta: “Logo depois da tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz [...] E então aparecerá o sinal do Filho do homem no céu, e então todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mateus 24:29-30). Uma segunda menção ao fato é feita em Atos 2, que diz: “E mostrarei prodígios no céu e na terra, sangue, fogo e colunas de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes do grande e terrível dia do Senhor”.
“Deus quer que olhemos para o calendário bíblico. A razão pela qual temos de estar assistindo é [porque] ele vai sinalizar sua aparição. Mas nós temos que saber o que estamos assistindo também. Portanto, precisamos estar atentos aos eventos bíblicos”, disse Biltz, que é pastor da igreja El Shaddai Ministries, na cidade de Bonney Lake, Washington.
A partir de seus estudos, Blitz concluiu que as luas de sangue são o que a astronomia classifica como eclipses lunares, e baseado em previsões da NASA, descobriu que dois desses eventos ocorrerão durante a Páscoa e o Rosh Hashanah, o ano novo judaico. O mesmo se repetirá no ano seguinte, em dias de “festas” narradas pela Bíblia.
A partir disso, o pastor John Hagee escreveu o livro que muitos já acreditam ser o anúncio da segunda vinda. No livro, o escritor afirma que existem conexões diretas entre os quatro próximos eclipses de sangue da lua e “o que eles anunciam para Israel e para toda a humanidade”.
De acordo com o site WND, ao longo dos últimos 500 anos, luas de sangue aconteceram no primeiro dia de Páscoa três vezes distintas, e estas ocorrências se deram em períodos ligados a alguns dos dias mais importantes da história judaica: 1492, último ano da Inquisição espanhola, quando os judeus foram expulsos da Espanha; 1948, criação do Estado de Israel e a Guerra da Independência; e 1967, quando houve a Guerra dos Seis Dias.

Por Tiago Chagas, para o Gospel+

“Foi um milagre”, diz mãe que se fingiu de morta para salvar filhos durante ataque de extremistas muçulmanos; Assista





O ataque de um grupo extremista muçulmano a um shopping no Quênia semanas atrás chamou a atenção do mundo para a intolerância religiosa e a violência contra os reféns, que eram assassinados caso não soubessem o nome da mãe de Maomé ou uma prece islâmica.
Uma mãe que estava no shopping com seus dois filhos fingiu-se de morta e garantiu que seus filhos também ficassem quietos para evitar que se tornassem alvo dos terroristas. A imagem circulou o mundo.
Faith Wambua estava no local com a filha de nove anos, Sy, e o filho de Ty, de 1 ano e nove meses, quando o ataque aconteceu. Ela ficou quatro horas e meia fingindo estar morta, até que o policial Iyad Adan os resgatou.
“Nós estávamos procurando o florista quando ouvimos um barulho muito alto: ‘bang’. Eu achei que o prédio estava caindo e que a melhor coisa a fazer era deitar em uma área aberta. Então eu disse às crianças: ‘deitem-se, deitem-se’. Eu achei que se tratava de um roubo e que em seis minutos estaria tudo resolvido. Mas o tempo passou e ninguém apareceu para dizer ‘ok, podem levantar, eles se foram’. Minha filha começou a orar alto dizendo: ‘Jeová, jeová, por favor, nos proteja’. Eu lhe pedi que abaixasse o volume por medo que ela denunciasse nossa localização. Eu não sabia o que estava acontecendo, só tinha certeza de que tinha de manter as crianças quietas.  Estava preocupada com meu filho porque ele estava havia horas sem comer e temia que levantasse e começasse a chorar. Então coloquei meu dedo em sua boca para confortá-lo”, relatou a mãe.
Faith, que significa fé em português, afirmou em entrevista à BBC que foi um milagre ter saído viva: “Num dado momento, os atiradores chegaram muito perto. Eu podia sentir o cheiro de pólvora e ouvir os cartuchos de balas caindo no chão. Sabia que a gente ia morrer. Então comecei a cantar baixinho uma música sobre ressurreição. Eles então se aproximaram de uma mulher que estava deitada a cerca de dois metros de nós. E chamaram: ‘mama, mama’. Não sabia se estavam falando comigo ou com ela, mas sabia que não podia levantar a cabeça. A mulher então respondeu e, menos de cinco segundos depois, ouvi dois tiros e a mulher se calou. Ela começou a gemer: ‘Eu estou morrendo, estou morrendo’. Eu não podia fazer nada, e sabia que seríamos os próximos. Foi quando um milagre aconteceu. Não sei como não nos viram, estávamos tão perto dela”, afirmou.
A mulher afirmou ainda que por medo de ser morta pelos terroristas, continuou se fingindo de morta quando o policial chegou para efetuar o resgate: “Um tempo depois senti alguém tocando na minha mão e pensei: Meu Deus, eles nos acharam. A pessoa então disse: ‘Mama, mama, mama, você está bem?’ Nesta hora eu realmente me fingi de morta. Ele perguntou de novo e eu não disse nada. Ele começou a se mover e se posicionou à nossa frente. Ele encostou no meu filho e depois na minha filha e ela decidiu confiar nele. Ela levantou a cabeça e perguntou: ‘Quem é você?’ Ele então respondeu: ‘Eu sou um policial’. Neste hora eu levantei minha cabeça e olhei para ele. No início estava cética porque ele estava vestindo um paletó, mas depois me mostrou seu uniforme. Ele disse: ‘Estou aqui para ajudar vocês’. E minha filha disse: ‘Como eu posso saber que você não é um dos moços ruins’? Ele então nos mostrou policiais posicionados nos andares de cima apontando para várias direções. Ele então nos pediu para levantar. Ele foi muito gentil e até me lembrou de pegar minhas chaves. Pegou meu filho no colo e minha filha saiu andando na frente. E foi assim que a gente conseguiu escapar”, resumiu, aliviada.
Assista à cena do resgate de Faith Wambua e seus filhos:




Por Tiago Chagas, para o Gospel+

Jovem perdoa e ora pela salvação de seu pai, que tentou matá-lo com injeção do vírus HIV quando era um bebê






Quando tinha apenas onze meses de idade, o jovem Brryan Jackson, hoje com 22 anos, foi vítima de uma tentativa de assassinato executada por seu próprio pai, Brian Stewart, que decidiu injetá-lo com sangue contaminado pelo vírus HIV. Porém, Brryan deu uma declaração recentemente afirmando que conseguiu perdoar seu pai, e que ora por sua salvação.
- Eu acho que há salvação para todos e eu me encontro às vezes orando pela salvação de meu pai – afirmou o jovem.
Brian Stewart injetou o sangue contaminado em seu filho para que ele viesse a falecer, o desobrigando a pagar pensão alimentícia em processo de separação com a mãe do menino. Acusado de agressão em primeiro grau pelo que fez ao menino, ele foi condenado à prisão perpétua.
Portador do vírus da AIDS por causa da atitude de seu pai, Brryan Jackson, é hoje cristão e afirma que foi sua fé que o guiou pelo caminho da compaixão, fazendo com que conseguisse perdoar seu pai, segundo o The Christian Post. Ele conta ainda ter passado por uma longa batalha interna para conseguir eximir seu pai da culpa da doença.
- O perdão não é fácil. Eu sabia o que meu pai fez para mim desde quando tinha cinco anos, mas não quero me rebaixar ao nível que ele se encontrava. Quero ser um homem melhor. Eu quero ser alguém que saia desta deixando rostos felizes – declarou o jovem, que trabalha na ONG Hope Is Vital (Esperança é Vital), que tem como objetivo ajudar pessoas contaminadas pelo vírus HIV.
As declarações de Brryan Jackson foram feitas durante a premiação do TeenNick HALO, cerimônia realizada anualmente pelo canal Nickelodeon para homenagear jovens com histórias de superação.
Vencedor do prêmio em 2009, Brryan afirma que com o auxílio médico e uma forte base espiritual conseguiu ultrapassar os obstáculos impostos pela doença, como evitar o avanço da infecção, sofrer bullying por conta da AIDS e até mesmo pensar em suicídio. Para seu futuro, o jovem afirma que tem intenção de seguir carreira no ministério da igreja ou na política.

Por Dan Martins, para o Gospel+


10.08.2013

Primeira igreja evangélica do Brasil foi fundada por índios, afirma historiadora




O surgimento das igrejas evangélicas no Brasil é comumente associado à chegada de missionários protestantes em meados do fim do século XIX, mas essa história acaba de ganhar um capítulo prévio.
A historiadora e professora cearense Jaquelini de Souza acaba de lançar o livro A Primeira Igreja Protestante do Brasil, pela editora Mackenzie, contando a história da Igreja Reformada Potiguara, fundada por índios após a invasão holandesa a Pernambuco.
Segundo as pesquisas de Jaquelini, os índios Paraupaba e Poty foram levados voluntariamente por holandeses à Europa em 1625, onde receberam educação formal e foram convertidos ao protestantismo. De volta ao Brasil cinco anos depois, passaram a anunciar o Evangelho com o apoio de holandeses que ainda estavam por aqui.
“Já era a Igreja Potiguara porque, teologicamente, havendo dois ou três reunidos em nome de Deus, independentemente do lugar, está ali uma igreja”, afirma a historiadora em seu livro, de acordo com informações da IstoÉ.
Em 1654, com a luta dos portugueses para expulsar os holandeses de Pernambuco, os índios fugiram para a Serra do Ibiapaba, a 750 quilômetros do litoral pernambucano, para se refugiarem de retaliações dos portugueses, que eram católicos.
No Ceará, anunciaram o Evangelho dentro da doutrina protestante para outros índios, e formaram a igreja de maneira mais organizada. “Por isso, argumento que foi só depois da expulsão dos holandeses que vimos aflorar a verdadeira Igreja Potiguara”, diz Jaquelini.
O padre jesuíta português Antônio Vieira, foi designado pela Igreja Católica para investigar o que se passava na Serra do Ibiapaba, e relatou à Companhia de Jesus que a região era como uma “Genebra de todos os sertões”, em referência à cidade suíça que foi o berço do protestantismo.
Em seu relato, o padre diz que os índios “estão muitos deles tão calvinistas e luteranos como se nasceram em Inglaterra ou Alemanha”. Apesar dos esforços de seus fundadores, sem apoio, a primeira igreja evangélica do Brasil se desfez ainda no século XVII, quando alguns dos remanescentes do grupo inicial teriam se juntado aos opositores dos portugueses durante as Guerras dos Bárbaros a partir de 1688, enquanto outros teriam retornado ao catolicismo ou às suas crenças nativas.
infografico invasao holandesa
Por Tiago Chagas, para o Gospel+

Menino de 10 anos que sonha em ser pastor causa comoção ao pedir para ser as “pernas de Deus” para irmão com paralisia




Aos 10 anos de idade, um menino norte americano chamado Tobias Bass chamou a atenção do país ao escrever uma carta pedindo para ser as “pernas de Deus” de seu irmão mais velho Titus, de 11 anos, que tem paralisia cerebral.
Morador de Oklahoma City, Tobias tem como sonho se tornar pastor evangélico, e enviou uma carta para uma emissora televisiva local – News 9, KWTV, afiliada do canal CBS, pedindo um carrinho emprestado para que pudesse participar de uma corrida ao lado de seu irmão.
- Meu irmão de 11 anos tem paralisia cerebral, é surdo e perdeu seu estômago no ano passado. [...] Ele chora quando vê crianças brincando na rua, porque quer participar. [...] Minha mãe é professora e não pode pagar um carrinho ideal para participarmos de uma corrida – disse o garoto em sua carta, inspirado pelo pastor Craig Groeschel, da LifeChurch.tv.
- Ele [Craig] disse que temos que ser mãos e pés de Deus, mas eu vou ficar com as pernas – completou o garoto, que ainda se voluntariou para ser as “pernas” de outros necessitados.
De acordo com o The Christian Post, Tobias Bass conseguiu seu objetivo com a carta, e o carrinho para seu irmão Titus foi doado pela ABLE Tech. Com o carrinho os irmãos participaram juntos de uma corrida de 5 quilômetros no final de setembro.
Hubbard Bass, mãe de Titus e Tobias, comentou a participação dos filhos na competição afirmando que “essa corrida foi o céu”, e elogiou o gesto de seu filho que sonha em ser pastor.
- Seu espírito enche os espaços e preenche os cantos – desse Hubbard sobre seu filho Tobias.
Por Dan Martins para o Gospel+