O grupo extremista islâmico Boko Haram está convocando seus
partidários para irem a igrejas e assassinarem cristãos na Nigéria. A
convocação está sendo feita através de um vídeo publicado recentemente
pelo grupo, no qual o Boko Haram também afirma que a polícia nigeriana
deve “sair do seu caminho”, pois a implantação da lei islâmica (sharia)
não será interrompida.
De acordo com analistas, o vídeo é, possivelmente, uma “ferramenta de
recrutamento” e afirmam que essa é uma das declarações de vídeo mais
descaradas já feitas pelo Boko Haram.
O estudioso do Islã Theodore Shoebat destaca a música cantada durante
o vídeo, na qual os partidários do Boko Haram afirmam estar trabalhando
para Deus trazendo a Sharia à existência e estando empenhados em
proteger os muçulmanos “aniquilando os infiéis”.
- Vamos matá-los. Entraremos nas igrejas e abateremos os cristãos.
Estamos convidando todos os muçulmanos para saírem e lutarem a jihad. Se
você brincar, estes infiéis aniquilarão os muçulmanos. Você vê como
eles estão matando nossas mulheres e crianças – diz um trecho da música
O analista Emmanuel Ogebe, da US Nigeria Law Group, ressaltou o fato
de se tratar de um vídeo de recrutamento e observou que o grupo
jihadista é experiente no uso das ferramentas de comunicação para seus
propósitos, tendo especial experiência com o uso de vídeos.
Shoebat destacou que, apesar dos massivos ataques feitos pelo grupo
contra a vida de centenas de cristãos nigerianos, o assunto não tem
ganhado nenhum destaque na imprensa internacional. Segundo o analista,
isso se dá pela falta de interesse político dos principais veículos de
mídia em divulgar e alertar a sociedade sobre o assassinato em massa de
cristãos.
- Com toda a sinceridade, eu acredito que para a grande mídia, até
mesmo veículos supostamente conservadores, os relatórios sobre a matança
de cristãos não são benéficos no que diz respeito a atrair o elevado
número de espectadores – afirmou Shoebat.
- Os meios de comunicação de extrema-esquerda, por outro lado, não
tem grande estima pelo cristianismo, então por que eles se preocupariam
com os cristãos sendo mortos? – completou o analista.