4.12.2012

Presidente sudanês nega violência, mas intolerância continua Publicado por Redação em quarta-feira - 11 de abril de 2012
















Depois de determinar a retirada dos cristãos do Sudão, o presidente Omar al-Bashir amenizou o discurso e disse que não haverá violência para uma eventual migração para o Sudão do Sul. O país conquistou sua independência política no ano passado e é considerado majoritariamente cristão.

Segundo o pastor Mário Freitas, presidente da Missãoem Apoio à Igreja Sofredora(MAIS), que esteve no Sudão de3 a8 de abril, e falou ao The Christian Post, a pressão internacional e as correntes de orações em todo o mundo fizeram com que a situação fosse transformada. A ordem agora é que os cidadãosdo sul providenciemdocumentos que possibilitem sua permanência no país muçulmano.

“Está sendo exigido que os cidadãosdo sul quequeiram ficar no norte mostrem documentação para isso. O problema é que essa documentação não sai fácil para os cristãos, segundo o depoimento de pastores locais. Quem ficar, fica ilegal, o que gera todo tipo de transtorno”, explica Freitas.

Na explicação do missionário, no cotidiano dos cristãos residentes no país há represálias por partes dos cidadãos muçulmanos, que os discriminam e tratam com truculência a emancipação do país ao sul. Os cidadãosdo sul sãoidentificados pela raça e características físicas.

Nesta região, a população em sua maioria tem ascendência nas raças tribais negras, muitas delas animistas. Mas nas concentrações urbanas a maioria da população é cristã.

“Igrejas históricas, como a Anglicana e a Presbiteriana, se estabeleceram na região há muitas décadas. Embora em muitos casos o cristianismo seja nominal, a fé desses irmãos tem fundamentado as guerras e dissensões com o norte islâmico no decorrer dos anos”, explica Freitas.

Segundo seu relato, apesar da negativa do governo sobre a violência contra os cristãos, a polícia e radicais muçulmanos continuam a “visitar” os pastores em seus bairros, fazendo com que sua permanência fique impraticável. “O discurso do presidente, porém parece positivo perante a comunidade internacional”, pontua Freitas.

Sobre as perspectivas futuras, o missionário explica que os pastores não sabem o que esperar, mas mantém a esperança. “Segundo o pastor M.E., convertido do Islã ao cristianismo, que representa a MAIS no país africano, eles não vão se deslocar a parte alguma. “Nossa sepultura será aqui mesmo, seja quando for”, garante.

O líder religioso pede que a comunidade internacional permaneça atenta e continue orando e pressionando contra a injustiça a perseguição junto às comunidades cristãs no Sudão.

Omar al-Bashir está há 19 anos na presidência do Sudão. Ele é atualmente responsabilizado diretamente pela morte de mais de 300 mil pessoas, principalmente nas regiões de Darfur e Nuba Mountains.

Com a declaração da lei religiosa Sharia, há o temor da intensificação da perseguição aos cristãos. Uma ordem de prisão já foi emitida pela comunidade internacional contra al-Bashir. Sua acusação é de genocídio e crimes contra a humanidade.

Fonte: Christian Post

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