9.12.2014

O cristão e o voto consciente Por Rubens Teixeira





Os cidadãos, de um modo geral, devem buscar informar-se, ler, desenvolver senso crítico para votar. Para criar esse senso crítico, é importante ouvir diversas fontes e conhecer os temas do cotidiano. Nós cristãos precisamos estar atentos a isto. Muitos só se informam apenas com base no que se diz nas mídias ligadas à sua fé, deixando de lado muitos assuntos que afetam o seu dia-a-dia, da sua família e de toda a sociedade. Quando estamos atentos apenas a temas relacionados a nossa comunidade religiosa, ficamos desinformados sobre assuntos de alta relevância para o nosso país e que exigem das nossas autoridades posturas firmes e éticas na defesa de interesses dos cidadãos como um todo.
Alguns só se atentam a temas polêmicos relacionados à sua fé e põem de lado assuntos ligados à saúde, educação, segurança, transporte, economia, aos direitos trabalhistas, previdenciários, e tantos outros que podem deixá-los mais vulneráveis ao desemprego ou mesmo à falta de infraestrutura. O debate sobre esses e outros temas no meio cristão é praticamente inexistente, o que deixa alguns desinformados e pouco preparados para debaterem, tornando-se vulneráveis a qualquer um que queira trazer-lhes uma ideia pronta.
Embora os princípios cristãos devam ser defendidos com todo empenho por aqueles que são seguidores desta fé, como eu, os demais assuntos que causam maior impacto ao cotidiano de todos os cidadãos não podem ser desprezados da forma que vem acontecendo. É dever dos eleitores cristãos, como cidadãos, ler todos os jornais, disponíveis na internet ou impressos, informando-se sobre temas relacionados a todos os assuntos que nos afetam.
Se nós não cuidarmos da defesa dos nossos direitos e não soubermos opinar e nem cobrar sobre temas relacionados a educação, transporte, saúde, emprego, moradia, economia etc, podemos ser reféns da desinformação. Jesus nos ensinou a sermos suas ovelhas, não ovelhas de “lobos”. (João 10.12). Não se esqueça: Jesus também nos ensinou a sermos simples como a pomba, mas prudentes como as “serpentes”. (Mateus 10.16). Se fizermos o contrário, seremos cidadãos irresponsáveis e cristãos desobedientes aos ensinamentos do Mestre e, portanto, sofreremos as consequências.
Se formos sinceros conosco e com a sociedade que fazemos parte, devemos estar prontos para discutir temas que afetam a todos e, por fim, sabermos votar e também fiscalizar o mandato daqueles que votamos. Quem não sabe em quem votou, quem não sabe explicar porque votou, quem não cobra posturas dos seus representantes não contribui para o desenvolvimento do Brasil, mas colabora com os que querem um país desigual, desinformado para ser mais fácil manipular, mais fácil corromper, mais fácil dirigir a opinião pública fazendo-a insensível ao sofrimento dos que morrem nos corredores de hospitais se contorcendo de dor.
Paralelamente a isto, crianças pobres, que estudam em escolas públicas de baixíssima qualidade, estão no corredor do desemprego e subemprego quando chegarem à idade adulta. Essas crianças não têm perspectivas de alcançarem melhores oportunidades no futuro, enquanto muitos enriquecem ilicitamente. Voto é livre arbítrio: um direito seu. Não delegue-o. Vote pensando em construir um Brasil melhor para você, para sua família e para todos.
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