Chocou o mundo o vídeo
que foi divulgado pelo grupo islâmico radical ISIS, com cenas da
decapitação de um de seus reféns, o jornalista americano James Foley.
Obviamente, as cenas são, além de impactantes, revoltantes. A violência
daqueles jihadistas é de uma barbárie talvez comparável apenas a antigos
povos guerreiros, mas, obviamente, em contexto completamente diverso.
Quem
já há algum tempo acompanha a realidade da Igreja Perseguida pelo
mundo, até que não se espantou tanto com o ocorrido com Foley, já que os
cristãos vêm sofrendo martírios semelhantes, não apenas ali no Iraque,
mas em outros lugares, como na Síria e na Nigéria.
O
ambiente semelhante onde atuam esses grupos radicais é onde ocorre um
vácuo de autoridade. Normalmente, são grupos que anseiam o poder em seus
países de atuação e encontram pela frente, por motivos diversos, uma
ausência de uma autoridade estabelecida ou sua fragilização. Este é o
campo perfeito para atuarem e martirizarem as minorias pacíficas de
religiões diferentes das suas (chamadas por eles de infiéis),
principalmente cristãos.
Essas minorias
invariavelmente são formadas por pessoas pacíficas, que praticavam suas
religiões sem serem incomodadas. Não há relatos de milícias cristãs em
nenhuma dessas localizações. No entanto, mesmo nestes casos, essa
liberdade religiosa não existia por princípio daqueles países, mas
apenas era tolerada pela autoridade vigente. Portanto, quando esta
autoridade é retirada, o que era tolerância torna-se perseguição e a
vida dos cristãos torna-se um verdadeiro inferno.
Não
se trata, de maneira alguma, de guerra religiosa, como, muitas vezes, a
mídia ocidental tenta descrever. É perseguição pura e simples. Os
cristãos que são mortos, fuzilados. decapitados e até enterrados vivos
não fizeram nada para sofrer tais penas. Não provocaram, não se
insurgiram, não proclamaram independência. Nada! Simplesmente cometeram o
grave pecado de não pertencer à religião dos radicais.
O
que o mundo assistiu em relação ao jornalista americano (se bem que
esse jornalista não pode ser comparado aos cristãos, de maneira alguma,
já que era um idiota entusiasta dos islâmicos), é uma realidade bastante
conhecida daqueles que acompanham as notícias sobre os cristãos
perseguidos. No entanto, nunca a mídia se interessou em divulgar isso.
Nos
últimos dias, até de maneira surpreendente, alguma repercussão tem sido
dada à perseguição a cristãos, principalmente no Iraque. Isso, porém,
tem dois motivos, que não são absolutamente nobres. O primeiro deles
reside no fato que a culpa pelo recrudescimento dessas perseguições pode
ser lançado sobre os Estados Unidos. Segundo essa lógica, foi a
intervenção americana naquele país que despertou a sanha dos grupos
radicais. Foi a desestabilização do governo local que permitiu que
milícias jihadistas atuassem com certa liberdade naquele país. Apesar de
alguma correção nesse pensamento, na verdade, se os Estados Unidos
falharam em algo foi, sob as ordens do Obama, que, inclusive, recebeu um
prêmio Nobel por isso, terem retirado suas tropas muito antes do
devido. Mas para a mídia, o que importa, é dizer que a intervenção
causou o problema. Interessa dizer que a culpa é americana. De fato,
divulgam as notícias mais por antiamericanismo do que por obrigação
jornalística.
O segundo motivo para a
mídia começar a divulgar algo, é porque o problema realmente está
completamente fora de controle. Para os jornais ocidentais divulgarem
cenas de cristãos tentando fugir do martírio certo, é sinal que o
problema por lá está insuportável. É uma demonstração de que o que está
ocorrendo ali é um verdadeiro genocídio.
E
esse tipo de ação está se espalhando. Os crimes islâmicos estão se
tornando mais comuns e estão se disseminando por várias regiões. No
entanto, por aqui, continuamos tratando tudo apenas como um probleminha
localizado.
* As opiniões expressas nos textos publicados são de exclusiva responsabilidade dos respectivos autores
e não refletem, necessariamente, a opinião do Gospel Prime.
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