3.07.2011

Musica tema da campanha contra a Pedofilia .

Oração de uma Criança - by Ká*

Histórias da Bíblia – Os Milagres de Jesus, Parte 1, 2 e 3

Histórias da Bíblia - Os milagres de Jesus. Part.1 Histórias da Bíblia - Os milagres de Jesus. Part.2 Histórias da Bíblia – Os Milagres de Jesus, Parte 3

O PURO .

O PURO
Joed Venturini de Souza ===///===
Um homem de trajes finos e elegantes, testa alta e olhos vivos andava pela zona da doca apreciando a vastidão do Porto. Cesaréia, construida por Herodes em honra de Augusto, tinha um porto tão vasto quanto o de Atenas e o observador conhecia-o bem . Pelos trajes aparentava ser gentio, provavelmente grego. Pela análise de seus pertences se depreendia ser ele médico. Examinou a formidável muralha de 66 metros de largura. A entrada do porto era magnifica. A cidade localizava-se na Palestina mas era culturalmente grega em sua concepção, com direito a teatro, anfiteatro e sistema de esgotos. O homem caminhou por ruas perpendiculares e entrando numa casa modesta foi recebido por um criado num aposento singelamente mobilhado. Nada ali indicava que estivesse na casa daquele que fora um dia um dos homens mais ricos da Judéia. Havia dois divãs simples. Uma pequena mesa com algumas frutas num cestinho de palha e um tapete bastante gasto. Nas paredes pendiam lâmpadas de azeite usadas pelo povo em geral. Nenhum sinal de abastança ou luxo. O médico sentou-se de manso com seu olhar atento, buscando cada pormenor do local, como se isso o pudesse ajudar a caracterizar o dono da casa. Logo entrou quem ele esperava. Era um homem deveras pequeno. Apenas um metro e meio, pois não chegava nem ao ombro do grego e este não era alto. O recém chegado fez uma vênia curta e com franco sorriso saudou o visitante: _ A paz do Senhor esteja contigo, irmão Lucas! _ E contigo ela permaneça, irmão Zaqueu! Beijaram-se no rosto e estreitaram-se nos braços um do outro como velhos amigos apesar de ser a primeira vez que se viam. Zaqueu mostrou o divã convidando Lucas a sentar-se e foi se instalar no outro ali presente. Ambos se olhavam com um misto de curiosidade e satisfação. _Que novas tendes do irmão Paulo? (quis saber Zaqueu) _Oh , está bem (replicou Lucas sorrindo das lembranças). E muito atarefado como sempre. O zelo do Senhor o consome e vive intensamente os problemas de cada igreja qual pai que se apoquenta com o crescimento dos filhos. _Ele é um vaso escolhido (concordou Zaqueu). Um vaso de honra para o Senhor. O médico abanou a cabeça e por uns poucos instantes deixou se levar pelas inúmeras recordações incríveis que já colecionava do tempo passado ao lado do corajoso apóstolo. Depois, abrindo muito os olhos, pareceu querer retornar com vivacidade ao local e circunstâncias presentes. _A que devo esta alegria de recebê-lo em minha casa? _Bem (principiou Lucas), tenho tentado reunir o maior número possivel de relatos sobre nosso Senhor. É meu intuito produzir uma narração cuidadosa e acurada dos fatos para que fiquem guardados e sirvam de base para a fé daqueles que não puderam ser testemunhas da vida do Mestre. Para isso tenho conversado com vários irmãos que estiveram com Jesus. Assim, ouvi de Pedro a história do encontro do Senhor com o irmão e me despertou muito interesse. Gostaria pois de ouvir de primeira mão como se deu tal acontecimento. O antigo publicano sorriu novamente, desta vez com nostalgia. Endireitou-se no seu divã, como que para melhor recordar e suspirou, envolvido pela memória de dias inesquecíveis que transformaram sua vida. _Devo começar um pouco atrás (sugeriu então, perante o olhar atento de Lucas)... na verdade acho que começou quando eu ainda era garoto. _Sabe, sempre fui de pequena estatura, e quando se é menino isso pode ser um grande embaraço. Raramente podia me envolver nos folguedos próprios dos da minha idade e as constantes provocações por causa de minha altura eram como que punhais que se cravavam em meu coração juvenil. Aos poucos, me tornei uma criança amarga e solitária. O homem suspirou lentamente e continuou: _Lá pelos meus 12 anos, conheci um escriba renegado que usava seus conhecimentos só para escrever, ler cartas e preparar recibos. Abandonara o trabalho de fazer cópia das escrituras porque a julgava tediosa e pouco lucrativa. Dele acabei aprendendo muita coisa. Era um homem rejeitado e meu coração se identificou com o dele. Cresci então perito em contas e manuscritos o que me foi muito útil mais tarde. Para tristeza de meus pais me fiz cobrador de impostos. Meu domínio da matemática me permitiu acumular os lucros e logo estava bem de vida, muito além do que meus pobres pais poderiam ter imaginado. É claro que recebia o escárnio do povo que me considerava um traidor, mas não fui sempre um rejeitado? Antes um proscrito rico que um miserável! Era o que pensava. Cresci em riqueza até que, por fim, fui até à cidade onde morava o romano que detinha o controle dos impostos sobre Jericó. Ofereci a ele lucros maiores do que os que obtinha e consegui assim a posição de chefe dos publicanos da cidade. Comprei uma grande casa, casei-me com uma mulher muito bela, vestia-me luxuosamente e possuía várias montarias de boa qualidade. Gostara de oferecer festas de gosto refinado. É que Jericó, nessa altura, produzia grande quantidade de bálsamo que vendíamos a preço de ouro. Isso trazia à cidade muitos comerciantes e redobrado lucro. Era a situação ideal para um cobrador de impostos esperto e com poucos escrúpulos. Ah, é verdade que tinha então muitos "amigos", daqueles que costumam cercar os ricos em qualquer lugar do mundo. Amigos de verdade apenas um. Publicano também, que progrediu comigo e a quem considerava como meu braço direito. Foi esse amigo que me surpreendeu um dia, me dizendo que ia deixar o serviço de cobrador de impostos. Fiquei intrigado... Propus-lhe novos lucros, melhor posição, mas recusou tudo! Não podendo dissuadi-lo, tentei obter dele a causa de tão abrupta mudança. E foi ele quem me falou de Jesus. Ah , sim , é claro que já ouvira falar de Jesus. As estórias mais mirabolantes corriam a respeito dele. Curava cegos e paralíticos, purificava leprosos, expulsava demónios, multiplicava o pão. Ouvira já de tudo um pouco. Não me era indiferente, mas sabia o quanto o povo tem tendência para exagerar. Além do mais, Jesus era um rabi! um mestre! Eu bem sabia que os líderes religiosos nada queriam com os publicanos. E foi essa a novidade que meu amigo trouxe e que deveras me abalou. Ele contou-me que o Mestre era amigo do povo. Sentava-se e comia com publicanos e pecadores, aceitava a aproximação de mulheres de vida duvidosa. Tinha inclusive um discípulo que fora publicano na Galiléia e que havia deixado tudo para o seguir. O ensino dele era diferente de tudo o que já ouvira. Não falava de lei como os sacerdotes e os fariseus. Não impunha ao povo um jugo maior do que podiam suportar. Falava de amor, de mudança de coração, de aproximação de Deus... e estas coisas, ditas por ele, não pareciam mensagens distantes, mas traziam uma autenticidade tão clara e distinta quanto a brisa fresca que vem do mar e desperta os sentidos. Meu amigo deixou Jericó para ir atrás do Mestre e eu fiquei com o coração em agitação. Algo havia mudado em mim depois do seu testemunho. Já não me satisfazia com o acumular de riquezas. Tentei as coisas que habitualmente me traziam prazer... Dei festas, comprei novas roupas, troquei de cavalos, passei horas a fio contando meu dinheiro, mas nada. Havia um vazio crescente em meu ser que parecia estar prestes a me engolir. Nunca antes tinha me apercebido o peso do significado do meu nome: Zaqueu, o puro. O simples mencionar de meu nome me irritava e deixava de mau humor. Parecia uma verdadeira sátira, um escárnio ainda maior. Sentia que só a religião poderia me ajudar. Então recorri aos sacerdotes. Muitos deles moravam em Jericó, aguardando sua vez de servir no templo. Porém, nenhum me recebeu. Davam as desculpas mais diversas, desde não poderem dispor de tempo até o se esconderem de mim. Parecia que eu era mais pernicioso que um leproso. Foi o velho escriba, o que me servira de professor nos tempos de garoto, que me explicou tudo mais claramente. Eu era um desgraçado! Estava destinado ao inferno e não interessava o que fizesse. Os sacerdotes não podiam se aproximar de mim porque perderiam a pureza ritual e teriam que gastar tempo e dinheiro na purificação antes de poderem servir no templo novamente. Naquele momento, senti o peso de minha condenação muito mais do que antes. Eu era uma espécie de praga contagiosa de quem os homens deviam fugir. O próprio Deus não tinha espaço para mim. Sentia o que Caim sentiu ao ser expulso da presença do Todo Poderoso. Apoderou-se de mim um desânimo tão completo que passei dias sem comer e caí numa prostração sem precedentes. Então um dia ouvi... Jesus ia passar por Jericó! Se tivesse sido atingido por um raio não teria me iluminado mais! De repente, uma espécie de esperança febril tomou conta de mim. Não conseguia me dominar. Era ele! O mestre que recebia publicanos! Talvez, apenas talvez, houvesse ainda alguma saída para mim, alguma hipotese de reconciliação. Saí de casa quase desorientado. Estava determinado a vê-lo custasse o que custasse. Corri, andei de rua em rua perguntando. Enfim, lá estava a multidão e lá estava eu, o anão de Jericó. Como iria vê-lo no meio de tanta gente? Empurrei e fui empurrado. A má vontade do povo era geral. Desse jeito nunca o veria! Fiquei quase desesperado. E quando a angustia já se apoderava de mim divisei o plano. Correria à frente da multidão para me posicionar. E assim o fiz. Mas, logo vi que não seria suficiente. O grupo que o cercava era enorme. Havia muita gente em peregrinação a Jerusalém, para a festa da Páscoa. Iriam me engolfar, qual onda gigante. Não havia solução! E foi aíi que vi a árvore! Um sicomoro de frutas doces e saborosas. Os ramos eram largos e baixos. Daria para subir. No entanto, as roupas dificultavam; puxei-as para cima. Deve ter sido uma cena bem ridícula! Imagine eu, o chefe dos publicanos, o homem mais rico de Jericó, com as pernas magras aparecendo, trepando numa árvore como se fosse um garoto e ainda mais diante de tal multidão! Mas não me importava. Só queria vê-lo... Precisava vê-lo! Zaqueu parou de olhos fechados, como que a rever a cena . A emoção que o dominava era viva e forte. A recordação daquele dia sempre tinha esse efeito nele. Não podia evitá-lo. Lucas não despregava os olhos dele, bebendo suas palavras e cada gesto retendo bem na memória a emoção do ex-publicano, pois assim iria narrar ao mundo. Com longo suspiro e uma expressão de êxtase no rosto Zaqueu continuou: _Ele era tão simples... não parecia nada de especial. Um homem com o aspecto como o de qualquer outro. Não era alto nem baixo, nem feio nem bonito. O cabelo, a barba, a cor da pele exatamente como a de tantos outros na multidão. As roupas pareciam humildes e gastas. Mas os olhos... ah! Aqueles olhos! Esses sim, eram inigualáveis! Não pela cor ou tamanho, mas pelo que transmitiam. Olhar em seus olhos era ver a eternidade, o amor, a paz, a salvação da alma! Mirar em seus olhos era como deixar este mundo e ser envolvido pelo divino, ser tocado em plena alma, perdendo para sempre o coração. _Havia risos na multidão (continuou Zaqueu depois de um momento de emocão). As pessoas apontavam para mim e riam. O meu nome ia passando de boca em boca, num escárnio que era tão bem conhecido, mas que dessa vez não me afetava, pois só conseguia olhar para ele. E ele parou... Parou bem embaixo da árvore. Ergueu os olhos e encontrou os meus. Senti-me desnudo! Como se num simples e curto olhar ele pudesse ver o meu interior, cada pensamento, cada motivação, cada ato passado e futuro. Senti meu rosto se encher de calor, fiquei vermelho de vergonha e ouvi sua voz qual melodia dizer-me: _Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa! Praticamente caí da árvore aos seus pés. Era verdade, afinal! Ele recebia os publicanos. Não era mais um enfatuado fariseu ou sacerdote hipócrita que temia a impureza do povo. Ele era mestre, de verdade! Sua pureza era tal que não temia o contacto com o pecado alheio. Podia sentir que não apreciava meu pecado mas que se interessava por mim. Como resistir a isso? Como resistir a alguém que mostra se interessar por quem eu sou e não apenas pelo que posso fazer em seu benefício? Por mais que viva, jamais me esquecerei aquelas poucas horas que ele passou em minha casa. Lembro de cada gesto, de cada palavra, de cada olhar. Não que fossem diferentes ou especiais em si, mas porque naquele dia Deus sentou-se à minha mesa. O mesmo Senhor que eu julgava distante e que pensava que já me condenara inexoravelmente estava ali, partilhando o meu pão, sentado ao meu lado. Senti naquele dia que por ele seria capaz de tudo! Se tivesse ordenado que me matasse, te-lo-ia feito com prazer! Mas ele não queria sacrifício. Queria que vivesse. Queria que experimentasse o seu amor e o transmitisse. Quando o extravasar do seu perdão me encheu, percebi o quanto fora fútil acumular riquezas. Já não precisava de nada daquilo para ser feliz. Já não me importava com a aprovação do povo ou o escárnio da plebe. Queria apenas a sua aceitação e essa era total. Propus dar metade de meus bens aos pobres. Sabia que era preciso repor o que obtivera de cobranças exageradas dos impostos. Nada disso foi sacrifício para mim. Era o mínimo que podia fazer, depois de tanto que recebera. O mestre me dera a vida! Tudo que podia fazer era vivê-la para ele. Suas palavras de aprovação estão gravadas em meu coração. Ele disse : “Hoje houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão". E com estas palavras ele me deu a aprovação, a aceitação e a inclusão que desejara toda a minha vida! Eu estivera mesmo perdido, destituído, sem rumo e ele me redimiu! Lágrimas enchiam os olhos do pequeno homem e contagiavam também a Lucas. Não era possível ouvir este testemunho sem se emocionar. Quantas vezes desde o princípio de seu trabalho já o médico amado se deixara comover pelas estórias de cada pessoa que foi tocada pelo amor de Jesus. Zaqueu era apenas mais um. Mais um exemplo desse amor salvador, incondicional, que não conhecia barreiras, que não media esforços, que conquistava, dominava e transformava. E de transformação falava agora o antigo publicano. _Os dias seguintes foram de autêntico frenessim. Em pouco tempo já havia distribuído a metade de meus bens entre os pobres da cidade. A notícia que se espalhou foi que eu enlouquecera e estava jogando fora minha fortuna. Pessoas das localidades vizinhas vinham à minha porta a toda hora do dia e da noite pedindo auxílio. E eu dava liberalmente a quem me pedisse. Nunca experimentara o prazer de dar. Quanto mais nobre e gratificante é do que o gozo de acumular. A expressão no rosto daqueles a quem devolvia o que lhes tirara de forma desonesta era tal que me enchia de vontade de dar mais e mais. É claro que as consequências não se fizeram esperar. Os amigos por interesse se foram. Minha mulher me abandonou. E por fim, como já não pudesse manter o nível de lucros de antes, perdi a posição de chefe dos publicanos e já pouco possuía. No entretanto, soube que Jesus, meu mestre havia sido morto pelos líderes religiosos e ressuscitara. Ouvi dos seus dias e seu trabalho e como voltou ao céu. A igreja cheia do Espírito Santo crescia em Jerusalém. Decidi então me juntar a Pedro e aos demais apóstolos e participei do evoluir desse trabalho celestial. Depois de muito aprender, me acharam digno de ocupar o cargo de ancião da igreja aqui em Cesaréia. Tenho tentado me manter fiel ao Senhor nesta tarefa, mesmo sabendo que não sou digno de sua graça absoluta. Aguardo o regresso do Mestre com ansiedade, pois estar com ele é tudo que mais desejo! O sorriso de paz e harmonia estava de volta ao rosto do ancião depois deste relato sobresaltado de emoções. Lucas tinha sua história e mais um relato dos feitos extraordinários de Jesus. A maneira como transformara a vida deste homem era mais um exemplo do que fizera na vida de tantos e o médico sentia crescer seu apreço e amor pelo Senhor. Deixou a casa pouco depois e parou junto ao porto, respirando fundo o ar salgado que vinha do Mediterrâneo. Seguiria com seu trabalho de coletar dados para a sua narração, mas, com Zaqueu, mais uma vez, sentira a emoção de ter estado praticamente aos pés de Jesus! (Baseado em Lucas 19:1 a 10 e na tradição que afirma ter sido Zaqueu discipulo de Pedro e ancião da igreja em Cesaréia)

3.04.2011

A TROCA

Conto - A Troca

Um grupo de garotos passou correndo pela frente da porta, enquanto o velho Eurico a fechava para sair. Um deles praticamente esbarrou no ancião, mas Eurico parecia não perceber ou pelo menos não se incomodar. Era parte de sua maneira de reagir ao ambiente. E seu estilo poderia ser considerado perfeito. Fazia já 15 anos que vivia naquela favela e nunca fora assaltado! Ninguém o molestava. Vivia só e sossegado e era respeitado.

Saía pouco, pois era aposentado. Ia metodicamente à igreja evangélica mais próxima, mas tirando isso, e as saídas diárias à padaria e semanais ao supermercado, era ali mesmo, nas estreitas ruas da comunidade pobre, que fazia sua vida. O velho era conhecido como uma espécie de operador de milagres. Distribuía compaixão como o orvalho matinal e sua especialidade se é que se poderia chamar assim, era recuperar jovens desviados. E na sua favela havia muito material de trabalho.

O ancião tinha uma estratégia pouco comum. Poderia dizer que ganhava pela exaustão. Primeiro escolhia, em oração, um jovem que estivesse mesmo muito mal. Em geral eram delinqüentes envolvidos com o tráfico de drogas e membros de gangues da favela. Então iniciava uma maratona de jejum e oração por aquele jovem. Quanto sentia que tinha suficiente cobertura de oração, “atacava”. De tal forma procurava o seu alvo que ás vezes virava sua sombra. Em regra era rejeitado de início, mas ia ganhando terreno até que o jovem acabava ouvindo o homem.

Mesmo com meios tão arcaicos à psicologia moderna, o ancião tinha resultados surpreendentes. Podia citar uma lista respeitável de nomes de jovens que tinham deixado uma vida que levaria à uma morte prematura e que tinham sido recuperados ao ponto de se casarem, terem emprego e serem fiéis membros de igreja e até dois que eram pastores.

Mas Eurico não fazia propaganda de seu trabalho. Seria contrário ao seu estilo e personalidade. Além de mais ele considerava seu ministério como uma simples retribuição pelo que ele mesmo recebera. Fora, em tempos idos, um alcoólatra que estragara a vida e desgraçara a família. Teria morrido assim, se não fosse o amor paciente e perseverante de um antigo diácono da igreja onde agora assistia. Essa era sua história. Essa era sua vida.

Ultimamente, porém, o homem andava um tanto preocupado e nervoso. O caso que tomara parecia não se resolver como os anteriores. Estava já há meses orando, jejuando e lutando pela vida de Edmilson e parecia não haver nenhuma sensibilidade da parte do rapaz. A cada nova investida de Eurico o jovem se afundava mais em sua vida de pecado. Como chefe de uma facção da gangue tinha dinheiro e poder sobre outros jovens. Não se importava com nada a não ser usar e abusar de seu poder sobre os assustados moradores da favela. Passear de carro e trocar de namorada era outro de seus passatempos e, claro, tudo bem regado a chope e cocaína.

Eurico não era homem de desistir fácil. Não sentira ainda que fosse tempo de deixar de lutar pela vida e salvação de Edmilson e por isso mais uma vez após uma semana de intensa oração, ele se dirigia até o local aonde sabia que poderia encontrar o rapaz. O jovem não estava em casa. Fora visto indo para o topo do morro aonde tinham uma casa que servia como uma espécie de prisão para inimigos capturados ou devedores que não pagavam suas remessas de droga. Era ali, no terraço, que costumavam executar aqueles que tinham atravessado o caminho dos líderes do pedaço. Eurico estremecera, mas não de medo. Estava seguro. Temia pelo seu alvo. Era pelo moço que sentia medo.

Subiu custosamente o morro, parando várias vezes. A idade já não facilitava. As 80 primaveras já tinham passado há alguns anos e os músculos não tinham a força de outrora. Perto do local que queria alcançar o ancião foi barrado por dois garotos armados, de uns 16 anos.

- E aí vovô, aonde é que pensa que vai?

- Vim ver o Edmilson (Explicou Eurico com toda a naturalidade). - Manero (riu o outro garoto). Ó velho, cê num acha que tá velho demais pra andar cheirando? Eurico baixou a cabeça cansada e levantando-a, fitou o rapaz bem nos olhos de tal forma que o fez ficar sem jeito. Foi então que o outro notou a Bíblia na mão do velho e reagiu: - Pode passar velho, vai logo! Mais uma vez a superstição local se fazia sentir. Os traficantes, por regra, não se metiam com “crentes” porque diziam que dava azar. As evidências confirmavam. Eurico avançou até a casa. Era um casarão abandonado. Por todo o lado cheirava a dejetos humanos e havia ratos andando em plena luz do dia. Um despacho de macumba bem na entrada terminava de compor o quadro macabro.

O ancião não hesitou. Subiu as escadas gastas. Não havia ninguém no 1º andar nem no 2º. Ao chegar ao terraço já o velho arfava novamente. Parou e viu um jovem negro, alto, de soberbo aspecto, perto de um corpo que jazia no chão em meio a uma poça de sangue. Ao pressentir a presença do homem o jovem apontou a arma com ar furioso e olhos arregalados onde se evidenciava sinais da última dose de droga.

Eurico levantou a Bíblia em sinal de identificação. A arma foi baixada e os olhos do rapaz se encheram de impaciência e aborrecimento.

- Cê num me larga velho? Me deixa, pô! Tô cansado de te aturar! Vê se me esquece!

- Boa tarde, Edmilson! (o ancião respondeu em tom triste) Um silêncio pesado se seguiu. - Não posso desistir de você, Edmilson (continuou o ancião). Você está no meu coração. Quero ver você salvo e seguro nos braços de Jesus! O Jovem riu com sarcasmo e balançou a cabeça. - Os braços que eu quero são outros (gozou ele). Além do que, se você qué rezá aproveita e vê se ajuda esse aqui que precisa mais que eu (riu apontando o cadáver) Eu tenho mais que fazer. Dizendo isso o rapaz passou pelo velho com desdém e o empurrou com violência. Eurico perdeu o equilíbrio e caiu sentado junto ao muro que circundava o terraço e o jovem se foi.

O tempo passou. Eurico não sabia se muito ou pouco. Quando se deu conta havia outra pessoa no terraço e o sol declinava rapidamente no horizonte. A presença dessa pessoa o fez erguer-se um tanto assustado. Limpou as lágrimas do rosto e o nariz que pingava e tentou se recompuser. Mas a aproximação da outra pessoa o deixou deveras surpreso. Saída como que de uma espécie de névoa veio ao seu encontro uma velha de aspecto medonho. Curvada e cheia de reumatismo ela parecia não ter sequer um osso que não fosse deformado. Ergueu o rosto para Eurico e o fitou com superioridade. O ancião tremeu sem querer. O rosto da velha era de tal forma enrugado e cheio de espinhas e pontos negros que só o fixá-lo já era penoso. O nariz de proporções significativas era peludo e torto. A boca irregular de lábios secos. Da cabeça quase careca saíam uns poucos fios de cabelo grisalho em total desalinho. A mulher trazia uma roupa toda negra e esfarrapada condizente com seu aspecto físico. Sua presença causava repulsa e medo, tremor e asco ao mesmo tempo. Depois do primeiro susto Eurico tentou se recuperar. Pensou que fosse alguém da família do homem morto que permanecia no extremo do terraço e tentou ser gentil: - Boa tarde, senhora. Veio pelo moço acidentado? (perguntou apontando o cadáver). - Acidentado? (pronunciou a velha com sarcasmo). Sua voz era metálica e grave. Um tanto inesperado. Causava arrepios na medula e parecia penetrar os ossos. Não parecia ser humana. - Acidentado? (repetiu a velha) - Bem (titubeou Eurico sem jeito). Eu, na verdade, não sei. Quando cheguei aqui já estava morto. A velha parecia não estar interessada no que ele dizia. Aproximou-se do ancião e o rodeou examinando cada detalhe dele e em especial a Bíblia em sua mão. À sua aproximação Eurico experimentou um fenômeno de todo inusitado. O chão parecia ter se tornado frio. Como se a temperatura à volta da mulher fosse bem mais baixa que o resto do ar. A tal ponto se fez sentir isso que o pobre homem quase tremia de frio e segurava o queixo para que não batesse. A velha tornou a se afastar dele sem palavras como se tivesse perdido o interesse e avançou até o parapeito da varanda examinando as redondezas. Eurico fez enorme esforço para sair de seu estado quase catatônico. - Posso ajudá-la de alguma forma? (perguntou com educação) A velha o mirou de novo com aquele olhar gelado e desdenhou: - Não é você que quero! (respondeu secamente) - Então, quem é? (insistiu o ancião já com seus pressentimentos) A mulher parecia incomodada com a presença e a insistência do homem e pareceu atacá-lo. Voltando-se com rapidez surpreendente o questionou: - Não tem medo de mim? Desta vez foi Eurico que ficou firme e com olhar tranqüilo e seguro sorriu e respondeu: - Deveria ter? - A grande maioria dos homens tem… (disse a velha com segurança) - Parece ter muita experiência! (refletiu Eurico) - Alguma... (devolveu a outra com sarcasmo) - E está procurando... (sugeriu o ancião) - Edmilson (declarou a velha de forma seca e voltou a perscrutar a vizinhança). Eurico ficou abalado com a revelação e se aproximou corajosamente da velha apesar de que o frio que ela transmitia ser a última coisa do mundo que queria experimentar de novo. De súbito, sentiu-se cheio de ousadia para lutar pelo jovem que pretendia ver salvo e pressentia que esta anciã só podia trazer más noticias. Chegou-se com convicção e disparou: - Quem é a senhora? A velha olhou Eurico com um misto de admiração e desprezo e sorriu. Um sorriso que faria gelar o coração do mais corajoso. De sua boca disforme se viam uns poucos dentes amarelo-acastanhados e a risada qual grito de hiena na noite africana parecia vindo de outro mundo. A mulher, olhando o homem no fundo dos olhos, pronunciou calmamente:

- Sou a Morte!

- Não pode levá-lo! (foi à reação imediata e quase impensada do ancião)

A morte mostrou surpresa franzindo o sobrolho que logo abriu em novo sorriso desdenhoso.

- Você vai me impedir?

- Não posso... (reconheceu Eurico) Mas ele não está pronto!

- Isso não é problema meu (deu de ombros a velha). Cumpro minhas obrigações e chegou à hora dele. Se não se preparou para me receber é problema seu. - E meu também (protestou o homem). Eu assumi a responsabilidade por ele. - Ninguém pode assumir a responsabilidade por outro (devolveu a morte). Cada um tem que me enfrentar sozinho e a hora de Edmilson é chegada. - Então, me leve a mim (tentou Eurico já desesperado). Eu posso ir já, estou pronto. Não tenho medo de você. Leve-me no lugar dele! Agora o homem parecia pela primeira vez ter conseguido a total atenção de sua interlocutora que o examinava com mais cuidado ainda. A morte aproximou-se novamente e o frio glaciar de ainda a pouco voltou a gelar Eurico de forma desagradável e quase insuportável. Tudo nele clamava por se ver livre dessa sensação, mas ficou quieto em seu interior lutando pela alma de seu protegido. A morte percebeu a luta do homem e sua forte resolução e se afastou lentamente. - Tem a certeza do que me propõe? (questionou tentando verificar a certeza do homem) - Sim! (afirmou Eurico com total convicção) - E porque faz isso? (quis saber a morte) - Pela salvação dele. (explicou o ancião) Ele não está pronto para ir. Precisa de mais tempo. O amor de Deus há de vencer em sua vida, mas precisa de mais tempo. - E é esse tempo que você quer comprar para ele? (sugeriu a velha rindo) - Se for possível… (clamou ele) - Possível é… (disse ela) Não seria a primeira vez. Tem-se feito muitas vezes e creio que ainda se farão muitas mais. - E ele terá tempo suficiente? (quis saber o homem ansioso) - Isso não pode saber. Só o Todo Poderoso sabe essas coisas. Pode ser que sim. Pode ser que não. Acha que vale a pena mesmo assim? Morrer sem ter a certeza? Pode ser em vão… (tentou a morte matreira) - O amor nunca é em vão! (sentenciou Eurico) Estou disposto a dar a Edmilson mais uma oportunidade, nem que seja a última! A morte balançou a cabeça e chegou-se ao fim do terraço aonde se via toda a favela. Suspirou com ar cansado e olhou mais uma vez com seus pequeninos olhos negros o homem que a observava em suspense. - Tanto trabalho a fazer... Voltarei por você... Amanhã! Antes que Eurico pudesse dizer qualquer coisa uma névoa vinda não se sabe de onde encobriu à velha e a sua figura fantasmagórica desapareceu. O homem ficou muito tempo ali em pé sem saber bem o que se passara com ele. Fora sonho? Fora visão? Fora real? Como saber a verdade? O ancião sentia-se confuso. Seria genuíno que ele negociara com a morte e se oferecera para ir ao lugar de Edmilson? Isso seria possível? Seria aceito? No dia seguinte seria a sua vez? Estaria realmente tão preparado como se julgava? Com esses pensamentos na cabeça ele deixou o local e à medida que descia do morro notava toda a agitação típica do fim de dia, mas algo mais do que era normal. Finalmente um jovem o informou. A polícia havia estado no morro durante a tarde. Tinha havido troca de tiros e Edmilson fora baleado. Estava no hospital. Eurico estremeceu. Tinha que verificar. Sentia-se cansado. Na verdade exausto, mas não teria paz sem confirmar o que sucedera. . Questionou sobre o hospital em que o jovem estaria internado e foi até lá chegando já noite cerrada. Procurou o médico que atendera Edmilson. O clinico sentou com o ancião e parecia confuso.

- Foi algo muito estranho (disse o médico). O rapaz foi baleado três vezes no abdômen, na região do fígado. Chegou aqui com hemorragia interna incontrolável. Não havia nada que pudéssemos fazer. Nem se o tivéssemos recebido logo após os tiros. Mas tinham passado mais de 2 horas! Ele estava à morte! O pulso estava indo e todos nos preparávamos para deixá-lo cadáver quando, de repente, o sangue parou. O cara recuperou bem ali, à nossa frente. Olha, se eu não tivesse visto, não acreditaria. Se é que existe essa coisa de milagre, este foi um!

Eurico ouviu tudo com lágrimas nos olhos e sentindo que, afinal, tudo o que vivera fora verdade. Cheio de convicção e certeza conseguiu autorização e chegou à cabeceira do moço por quem se dispusera a morrer. O jovem orgulhoso e cheio de antipatia que ele vira no começo do dia já não estava ali. Edmilson tinha um ar assustado de garoto pobre que era o verdadeiro estado de sua alma. Olhou Eurico com vergonha e uma pitada de esperança. Tremia ao lhe contar.

- Foi uma emboscada. O meu pessoal me traiu. O desgraçado do Mendes queria a minha posição. Miserável! Vai pagar caro! (dizia com o rosto se contorcendo de dor e raiva) - Ainda odiando? (interrompeu Eurico). Isso não te trouxe nada de bom. O moço parou de falar e o olhou triste. Desta vez parecia reconhecer a verdade nas palavras do velho. - Eu vi a morte! (disse então tremendo) E era horrível! - Eu sei (balançou a cabeça o ancião). Mas não precisa ter medo dela agora. Você vai viver. Mas o quanto e como vai depender de onde você vai colocar o coração. Na entrada do quarto uma enfermeira fez sinal ao ancião que era hora de se retirar. Edmilson segurou o braço dele com angústia. Em seus olhos de via agora todo o vazio de seu coração, toda a busca de sua alma. - O que é que eu faço? (perguntou com voz embargada) Eurico o olhou com carinho. Colocou sua Bíblia na cabeceira. Era a sua velha Bíblia. Companheira de tantos anos. Ganhara aquele livro do homem que o levara a Cristo. Era seu mais precioso tesouro. Mas sentia que agora o rapaz precisava mais dela do que ele. Sorriu de leve e acrescentou: - Comece lendo o livro onde está marcado. Depois, quando sair daqui procure o pastor João da igreja lá da favela. Ele saberá te ajudar. Não desperdice seu tempo, meu filho! A vida é curta! Você não sabe o que vem amanhã. - Você virá me visitar? (quis saber o moço) - Não sei (respondeu o velho com o olhar perdido). Tenho amanhã um compromisso muito importante. Logo você saberá. Com uma breve oração ele se despediu do moço e saiu. Trazia o coração em paz. Sentia que aquele jovem estava a caminho da recuperação. Seria difícil o caminho e muito espinhoso. As tentações seriam múltiplas e a luta tremenda. Mas ele queria acreditar. Era tudo que precisava. Fizera a sua parte. Talvez até demais. E com esse pensamento enchendo sua mente chegou a casa finalmente e dormiu um sono pesado, sem sobressaltos, cheio de paz. No dia seguinte, levantou-se à hora habitual. Fez tudo como em qualquer outro dia. Por que seria diferente? Foi o que pensou. O dia inteiro, porém, esperava sentir aquela presença gelada que o envolvera no dia anterior e que certamente o viria buscar. Mas nada aconteceu de manhã e a tarde ia já avançada quando se sentou em seu sofá de leitura e adormeceu com um velho livro de poesia no colo. Acordou com uma sensação estranha e imediatamente sentiu que não estava só. Um arrepio percorreu sua espinha, mas recuperou depressa e levantando-se deu de cara com uma moça que sentada á mesa da sala preparava um chá.

Era jovem e extremamente bela. Alta e esbelta, de feições finas, rosto pequeno emoldurado por abundante cabelo castanho claro, olhos enormes de um verde enigmático, lábios bem desenhados e um queixo artístico. Era branca, muito branca e dela parecia emanar um perfume doce inebriante que o ancião sentiu ser delicioso demais.

Eurico sorriu diante de tal visão e limpando a garganta se desculpou:

- Peço desculpa não a vi entrar, estava lendo e creio que cochilei. - Não tem problema, eu tenho tempo.(ela respondeu numa voz maviosa e musical) E as palavras foram acompanhadas de um sorriso que trazia a beleza sombria de uma noite de luar. Eurico não pode evitar um novo arrepio, mas não sabia como reagir. - Em que posso servi-la? (quis saber sempre educado) - Temos encontro marcado. (lembrou a moça com certo ar de surpresa no rosto) Certamente não esqueceu! O ancião recuou um passo e parou. Estava confuso e admirado. Balançou a cabeça e fixou melhor o olhar. - Tenho encontro marcado com a... (não foi capaz de dizê-lo) - Comigo! (completou a moça) - Não pode ser! (continuou estranhando o velho) - Porque não? (insistiu ela) - Não foi você que vi ontem! - Ah! (riu ela e se aproximou estendendo a xícara de chá fumegante e cheiroso) À sua aproximação ele sentiu o frio que lhe percorrera o corpo no dia anterior. Mas este não era o mesmo tipo de frio. Não gelava. Não fazia tremer. Era mais um tipo refrescante, qual brisa gostosa em tarde abafada. A moça fez sinal e ele tornou a sentar-se no sofá. Ela foi postar-se não muito longe bem em frente dele. - Na verdade foi comigo que falou ontem (continuou a morte). Mas ontem você me viu como Edmilson me veria. Ontem eu era a morte aos olhos dele. Hoje estou diferente, ou talvez não. Na verdade não mudo. O que muda é a maneira como as pessoas me vêm. Eurico abanou a cabeça. Fazia sentido. Era mesmo bastante lógico. Sorriu. Não podia evitá-lo. Como temer uma morte com esta cara? - Está preparado? - Sim! (disse prontamente o homem sem hesitar) E Edmilson? - Terá sua oportunidade. - E será suficiente? (insistiu ele) - Só o Todo Poderoso sabe! (decretou ela) Tome seu chá. Você já fez sua parte. Novo sorriso encheu o ar de parte a parte. Ele bebeu o chá e encostou a cabeça na poltrona. Fechou os olhos sentido o perfume que enchia o ar. Logo estava dormindo. No outro dia de manhã corria a noticia na favela. O velho Eurico morrera na tarde anterior enquanto dormia e o barbeiro que costumava cortar-lhe o cabelo comentava: - Isso é que é uma Bela Morte!

Baseado em João 15:13

“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor de seus amigos"

Joed Venturini

EM TODAS ESTAS COISAS

EM TODAS ESTAS COISAS Autor Dr. Joed Venturini
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Muitas lutas vão surgir no horizonte E quantas vezes minha alma vai sofrer Quantas vezes vou sentir que neste mundo A angústia está tentando me vencer
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Pode ser que as tribulações me cerquem Procurando minha alma enfraquecer E a nudez ou a fome desta vida O meu corpo venha aqui a padecer
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Quantas lutas vão surgir na minha vida E quantas lágrimas ainda vão rolar Por palavras e por feitos de outras vidas Que a tua paz não puderam suportar
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Pode ser que as acusações do mundo Minha mente queiram perturbar E a esperança do céu que tu me deste Seja tudo em que eu possa me apoiar
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Mas em todas estas coisas eu te Louvarei Eu te louvarei, Oh Deus, eternamente Mas em todas estas coisas eu me lembrarei Que és Rei e Soberano agora e sempre

A ORAÇÃO.

CUMPRINDO A PALAVRA.

ESPERANÇA INABALÁVEL.

3.03.2011

VOCE SABE O PORQUE NÃO DEVEMOS MENTIR ?

Aproximadamente 9 versículos encontrados , que falam a respeito da mentira dentro das escrituras .
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Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. Romanos 1:25
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Mas eles disseram: É mentira; agora faze-nos saber. E disse: Assim e assim me falou, a saber: Assim diz o SENHOR: Ungi-te rei sobre Israel. 2 Reis 9:12
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Agrave-se o serviço sobre estes homens, para que se ocupem nele e não confiem em palavras mentirosas. Êxodo 5:9
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Manda a todos os do cativeiro, dizendo: Assim diz o SENHOR acerca de Semaías, o neelamita: Porquanto Semaías vos profetizou, e eu não o enviei, e vos fez confiar em mentiras, Jeremias 29:31
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E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis. 1 João 2:27
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Por isso, assim diz o Santo de Israel: porquanto rejeitais esta palavra, e confiais na opressão e perversidade, e sobre isso vos estribais, Isaías 30:12
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Só permanecem o perjurar, o mentir, o matar, o furtar e o adulterar; fazem violência, um ato sanguinário segue imediatamente a outro. Oséias 4:2
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Entretanto te profetizam vaidade, te adivinham mentira, para te porem no pescoço dos ímpios, daqueles que estão mortos, cujo dia veio no tempo da iniqüidade final. Ezequiel 21:29
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Mas disse Gedalias, filho de Aicão, a Joanã, filho de Careá: Não faças tal coisa; porque falas falsamente contra Ismael. Jeremias 40:16
===///=== MENTIRA ===///=== Mentira é o nome dado a afirmações ou negações falsas ditas por alguém que sabe (ou suspeita) de tal falsidade, e na maioria das vezes espera que seus ouvintes acreditem nos dizeres. Dizeres falsos quando não se sabe de tal falsidade e/ou se acredita que sejam verdade, não são considerados mentira, mas sim erros. O ato de contar uma mentira é "mentir", e quem mente é considerado um "mentiroso". ===///=== Embuste ===///===
Um embuste é uma tentativa de enganar um grupo de pessoas, fazendo-as acreditar que algo falso é real. Há frequentemente algum objecto material envolvido com aquilo que é realmente uma falsificação; todavia, é possível perpetrar um embuste fazendo somente declarações verdadeiras usando palavreado ou contexto pouco usual. Diferentemente da fraude ou do "conto-do-vigário" (os quais geralmente têm uma audiência de uma ou de poucas pessoas), e que são perpetrados com o fito de obter ganhos materiais e financeiros ilícitos, um embuste é frequentemente perpetrado como um trote, para causar constrangimento ou para provocar uma mudança social tornando as pessoas cônscias de algo. Muitos embustes são motivados pelo desejo de satirizar ou educar ao expor a credulidade do público e da mídia em relação ao absurdo do alvo. Por exemplo, os embustes de James Randi fazem troça dos que acreditam no paranormal. Os vários embustes de Joey Skaggs satirizam nossa disposição para acreditar na mídia.
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Nos nossos dias a mentira se tornou algo tão banalizado, mentira pequena , mentira grande, tudo é mentira. Sabemos que Deus não se agrada , mas continuamos a falar as mentiras nossas do dia a dia . Muitas das vezes até sem querer , quando vemos já falamos a "" MENTIRA "" . Mentira é uma praga que pode nos levar até a morte. (provocar desfechos horrrendos , escabrosos e etc) Nas escrituras encontramos varias admoestações a respeito da mentira , devemos orar e vigiar , pois a mentira pode se tornar em nossas vidas uma verdade para nós mesmo de tanto que mentimos. Cuidado a mentira assemelha-se ao embuste , muitos danos como já disse são causamos pelos embustes e mentiras . (São irmãs , tanto uma quanto a outra é condenável por Deus.)
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Significado de Admoestação :

s.f. Advertência, reprimenda, observação com caráter de crítica, de censura: fazer uma admoestação. (Sin.: conselho, exortação; repreensão, reprovação.)

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Escabroso - adj. Árduo, difícil, áspero: tarefa escabrosa. / Pedregoso, acidentado: caminho escabroso. / Inconveniente, indecoroso, indecente:...
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horrendo - adj. Que horroriza, que causa horror; tremendo, medonho, horroroso, horrível.... POR CÉLIA GOULART

3.01.2011

Cirurgia para Obesidade Mórbida

Introdução
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Obesidade mórbida é definida, como o nome indica, como sendo aquela que traz consigo as doenças, ou o alto risco de adquiri-las, associadas ao excesso de peso. A obesidade é, atualmente, um dos maiores problemas de saúde pública no mundo ocidental, atingindo cerca de um terço da população e com aumento progressivo de incidência, sendo por isso chamada de a "epidemia" do terceiro milênio. No Brasil cerca de 15% dos adultos são obesos. A obesidade não é um problema moral ou de falta de vontade, mas sim um sério problema médico, geralmente mal tratado e com muitas causas, envolvendo componentes genéticos, metabólicos, hormonais, comportamentais, culturais, psicológicos e sociais. Dentre as várias doenças associadas à obesidade, as mais frequentes são a hipertensão arterial, diabetes, doenças nas articulações – principalmente coluna baixa e membros inferiores –, insuficiência respiratória, apneia do sono, varizes e trombose nas veias das pernas, doenças coronarianas, derrame cerebral, perda de urina – em mulheres, impotência, infertilidade e vários tipos de cânceres (mama, útero, intestino). Estas doenças não só pioram a qualidade como também diminuem o tempo de vida do obeso em 20%. O tratamento conservador da obesidade, por meio de mudanças no hábito alimentar, comportamental, exercícios físicos e medicamentos tem o seu lugar, porém, são ineficazes quando se trata de obesidade mórbida – Índice de Massa Corporal maior que 40. Vários estudos demonstram que, mesmo com emprego de novos medicamentos emagrecedores como a sibutramina, a cada 100 pacientes tratados apenas 34 conseguem perda ponderal de 10% ao final de 12 meses, perda esta que é muito pequena considerando-se o obeso mórbido. Além destes maus resultados na perda ponderal, o tratamento conservador falha na manutenção desta perda com o passar do tempo, sendo que a quase totalidade dos pacientes recupera o peso perdido e, muitas vezes, ultrapassam-no após cinco anos de acompanhamento. Desta forma, no consenso mundial sobre tratamento da obesidade, organizado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, em 1991, ficou estabelecido que o único tratamento eficaz na perda e manutenção ponderal do obeso mórbido é o tratamento cirúrgico.
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Classificação da Obesidade ===///===
Para se graduar a obesidade, é adotado pela Organização Mundial da Saúde o Índice de Massa Corporal (IMC), que é encontrado pela fórmula: IMC = Peso em quilos dividido pelo resultado da multiplicação da Altura em metros por ela mesma. Exemplo, uma pessoa de 1,70 m e peso de 90 kg tem um IMC = 31, 14, ou seja, tem uma Obesidade Leve. Assim, de acordo com a tabela abaixo são classificadas as diferentes categorias de obesidade.
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Índice de Massa Corporal - Categoria
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- IMC de 20 a 25 - Peso Saudável - IMC de 25 a 30 - Sobrepeso - IMC de 30 a 35 - Obesidade Leve - IMC de 35 a 40 - Obesidade Moderada - Acima de 40 - Obesidade Mórbida
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Quando está indicada a cirurgia?
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A cirurgia, também por consenso mundial, está indicada naqueles obesos que preencherem os seguintes critérios: - Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 40; - IMC maior que 35 com doenças associadas à obesidade; - Falhas de tratamentos conservadores prévios sob orientação profissional; - Ausência de doenças com riscos inaceitáveis para cirurgia; - Ausência de doenças endócrinas como causa da obesidade; e - Ausência de psicopatias graves, incluindo viciados em droga e álcool.
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Quais os objetivos da cirurgia?
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O objetivo do tratamento cirúrgico é não só eliminar ou minimizar as doenças associadas à obesidade, como também resolver os problemas psicológicos e sociais causados pela mesma nas coisas mais simples da vida. Como na higiene pessoal, problemas de locomoção, atividades sociais, sexuais e no trabalho. Resumindo, o objetivo do tratamento cirúrgico é melhorar não somente a qualidade, como também o tempo de vida do obeso, resolvendo os problemas de ordem física e psicossocial que o excesso de peso acarreta.
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Quais os tipos de técnicas de cirurgia para obesidade mórbida?
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Existem basicamente três tipos de cirurgias para o tratamento da obesidade: as restritivas, as má absortivas e as híbridas. As primeiras cirurgias para obesidade iniciaram-se na década de 50 e eram do tipo má absortiva, ou seja, diminuíam o tamanho do intestino delgado de cerca de 6 a 7 metros para 35 a 45 cm de extensão, fazendo com que os alimentos não fossem adequadamente digeridos e absorvidos, levando à diarreia e má absorção. A perda ponderal com este método era alta – 60% a 70% do peso –, porém complicações graves surgiram com o tempo levando, a altas taxas de mortalidade, fazendo com que fossem totalmente abandonadas. Nos anos 80 iniciou-se a era das cirurgias restritivas, ou seja, aquelas que restringem a ingestão alimentar por diminuição do volume do estômago de aproximadamente 2,0 litros para algo em torno de 20 ml promovendo assim, saciedade precoce. Com esta técnica a perda ponderal média ao final de 1 ano é de 20 % a 25% porém, a partir do 2º ano os pacientes novamente voltam a ganhar peso, principalmente aqueles que ingerem alimentos líquidos e pastosos altamente calóricos, como sorvete, leite condensado e pudins. Baseando-se no mesmo princípio restritivo estão as bandas, ou prótese de silicone, inicialmente colocadas por cirurgia aberta e ultimamente por laparoscopia. Estas bandas "estrangulam" a parte superior do estômago, formando um estômago em "ampulheta", dificultando o esvaziamento do compartimento superior para o inferior, levando da mesma forma acima citada à saciedade precoce, e como aquela, promove perda ponderal semelhante (20% a 25 %) e reganho de peso a partir do 2º ano. Deve, portanto, ter sua indicação bem precisa, já que para os grandes obesos e comedores de doce traz maus resultados. Outras desvantagens são o custo – cerca de 2.000 dólares – e a durabilidade da prótese de aproximadamente 15 anos. No final dos anos 80 e início dos anos 90 surgiu o tipo híbrido de cirurgia para obesidade, o qual associava a restrição por meio da redução do estômago com uma leve má absorção por meio da diminuição de apenas 1 metro do intestino. Esta cirurgia foi desenvolvida pelo cirurgião colombiano Rafael Capella, radicado nos Estados Unidos e leva o seu nome. Com essa técnica a perda ponderal média após um ano chega a 40 % do peso pré-operatório e mantém-se assim com o passar dos anos. Esta é atualmente a técnica mais utilizada em todo o mundo, inclusive no Brasil, sendo considerada, no momento, o padrão ouro do tratamento cirúrgico da obesidade mórbida.
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Quais os riscos da cirurgia?
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O risco é o mesmo de qualquer outra cirurgia de grande porte, mas existe e deve ser considerado. Abertura dos grampos ou das emendas pode ocorrer, mas é pouco comum, podendo levar o paciente a uma nova cirurgia. Embolia pulmonar – sangue coagulado nos pulmões – e morte podem ocorrer, como em qualquer cirurgia, mas é raro (1%). No pós-operatório tardio poderá acontecer queda de cabelo por volta do terceiro mês, mas recuperável. Pode ainda ocorrer vômitos esporádicos e diarreia associada a mal-estar quando se come doces.
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Fonte: http://www.agendasaude.com.br/ *